A História do MIR Canonical

MIR da Canonical? Conheça um pouco mais sobre a história do MIR e o que aconteceu com o projeto!

O MIR Canonical é um servidor gráfico de código aberto desenvolvido pela Canonical Ltd., empresa responsável pelo sistema operacional Ubuntu. Sua história remonta ao ano de 2013, quando a Canonical anunciou sua intenção de criar uma nova tecnologia gráfica para o Ubuntu.

O objetivo inicial do MIR era fornecer uma alternativa ao X Window System, que era o servidor gráfico mais utilizado no mundo Linux na época. A Canonical tinha alguns motivos para desenvolver sua própria solução. Em primeiro lugar, eles acreditavam que poderiam criar um servidor gráfico mais eficiente e moderno, aproveitando os avanços tecnológicos recentes. Além disso, eles queriam ter maior controle sobre o desenvolvimento do Ubuntu, sem depender de terceiros.

Desenvolvimento do MIR

O desenvolvimento do MIR começou com a criação de uma nova biblioteca gráfica chamada “platform-api”. Essa biblioteca foi projetada para ser compatível com o MIR e servir como uma camada de abstração entre o sistema operacional e as aplicações gráficas.

Em 2014, a Canonical lançou a primeira versão do MIR juntamente com o Ubuntu Touch, o sistema operacional móvel da empresa. O MIR foi projetado para ser usado tanto em dispositivos móveis quanto em desktops. Ele utilizava o protocolo Wayland para se comunicar com os aplicativos e oferecia recursos como suporte a multi-touch e aceleração de hardware.

Problemas com o desenvolvimento do MIR

No entanto, o desenvolvimento do MIR Canonical encontrou alguns obstáculos ao longo do caminho. Uma das principais dificuldades foi a resistência da comunidade Linux, que estava empenhada em promover o Wayland como o sucessor do X Window System. Além disso, a falta de suporte de fabricantes de hardware também foi um problema, pois muitos deles optaram por fornecer drivers apenas para o Wayland.

Em 2017, a Canonical decidiu abandonar o desenvolvimento ativo do MIR e focar seus esforços no suporte ao Wayland. Após o anúncio da Canonical de abandonar o desenvolvimento ativo do MIR, a comunidade Linux ficou dividida sobre o futuro desta tecnologia. Alguns desenvolvedores continuaram a utilizar e a contribuir para o projeto, enquanto outros migraram para o Wayland.

Embora o MIR não tenha se tornado o servidor gráfico padrão para o Ubuntu, ele ainda é utilizado em alguns projetos específicos. Por exemplo, o Unity 8, a interface de usuário que foi originalmente desenvolvida para o Ubuntu Touch, ainda utiliza o MIR como seu servidor gráfico.

Decisão da Canonical sobre o MIR

A decisão da Canonical de focar no suporte ao Wayland também trouxe benefícios para a comunidade Linux como um todo. O Wayland, que foi adotado como o sucessor do X Window System, é uma alternativa moderna e eficiente para a exibição gráfica em sistemas operacionais Linux. Ele oferece recursos avançados, como melhor suporte a aceleração de hardware e segurança aprimorada.

Com o Wayland se tornando cada vez mais popular, a adoção do MIR por outros projetos e distribuições Linux diminuiu. No entanto, a história do MIR Canonical é um lembrete do espírito de inovação e experimentação que permeia a comunidade de desenvolvimento de software livre.

Embora não tenha alcançado o sucesso que a Canonical esperava inicialmente, o MIR ajudou a impulsionar o desenvolvimento de servidores gráficos modernos e eficientes, como o próprio Wayland. A história do MIR Canonical é um exemplo de como o open source permite a criação e o crescimento de tecnologias inovadoras, mesmo que nem sempre elas se tornem dominantes no mercado.

No final das contas, o MIR Canonical pode não ter se tornado o servidor gráfico padrão para o Ubuntu, mas deixou um legado na comunidade Linux e contribuiu para o avanço da tecnologia gráfica no sistema operacional.

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