Produção acelerada

Apple acelera produção de chips nos EUA, mas enfrenta ceticismo

A TSMC promete acelerar a produção de chips da Apple nos EUA, reduzindo o tempo de construção de novas fábricas. No entanto, o ex-CEO da Intel, Pat Gelsinger, critica a iniciativa, apontando a falta de P&D nos EUA como uma barreira para o avanço da indústria.

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A TSMC, principal fabricante de semicondutores da Apple, anunciou que acelerará a construção e operação de suas novas fábricas nos EUA. Embora a primeira unidade tenha enfrentado diversos atrasos, a empresa garante que as próximas plantas serão concluídas em menos da metade do tempo, permitindo que os chips “Made in America” cheguem a dispositivos mais novos da Apple.

Apple acelera produção de chips nos EUA, mas enfrenta ceticismo

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A Apple revelou seus planos para a produção de chips em solo americano em 2022, como parte do US CHIPS Act. A iniciativa prevê a construção de diversas fábricas da TSMC no Arizona, sendo que parte dessa produção será destinada a chips para dispositivos mais antigos da Apple.

Entretanto, a primeira fábrica sofreu vários adiamentos. Originalmente prevista para iniciar a produção em 2023, a unidade começou a operar apenas em 2025. Além disso, a contratação de mão de obra especializada, em grande parte de Taiwan, gerou críticas e acusações de discriminação contra trabalhadores americanos.

Novo cronograma e metas da TSMC

Apesar dos desafios, a TSMC garantiu aos investidores que os próximos projetos avançarão com maior rapidez. Enquanto a primeira planta levou cinco anos para ser concluída, as futuras fábricas devem ser construídas em menos de dois anos. A previsão é que uma planta de 3 nm entre em operação em 2028 e outra de 2 nm antes de 2030.

Embora essas unidades ainda fiquem atrás das mais avançadas da TSMC em Taiwan, a redução da defasagem permitirá que dispositivos mais recentes da Apple utilizem chips produzidos nos EUA.

Intel questiona eficiência da iniciativa

Apesar do avanço, Pat Gelsinger, ex-CEO da Intel, demonstra ceticismo em relação ao impacto real dessas fábricas no setor de semicondutores dos EUA. Ele argumenta que, sem investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no país, os EUA não conseguirão liderar a indústria de chips.

“Se você não tem P&D nos EUA, você não terá liderança em semicondutores nos EUA”, afirmou Gelsinger ao Financial Times.

A TSMC, por sua vez, continua mantendo sua sede em Taiwan e não demonstrou intenção de transferir parte significativa de sua pesquisa para os Estados Unidos, o que reforça os questionamentos sobre a eficácia do projeto.

Conclusão

Com a promessa de uma produção mais ágil nos EUA, a Apple pode reduzir sua dependência da China e fortalecer sua cadeia de suprimentos local. No entanto, desafios como políticas de contratação e a falta de P&D nos EUA levantam dúvidas sobre o verdadeiro impacto dessa iniciativa no mercado global de semicondutores.