Tensões comerciais

Apple pode escapar de tarifa recorde dos EUA com apoio de Trump

Trump sinaliza possível isenção para a Apple da tarifa de 125% sobre importações da China, o que pode evitar aumento drástico nos preços do iPhone nos EUA.

Imagem de logomarca da Apple

Em meio ao aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, a Apple enfrenta um possível cenário desafiador. A nova tarifa de importação de 125% imposta por Donald Trump sobre produtos chineses ameaça inflacionar drasticamente os preços dos iPhones no mercado norte-americano. A gigante de Cupertino, que depende fortemente da produção chinesa, pode ter que repassar esse custo aos consumidores — o que elevaria o preço de modelos como o iPhone 17 Pro Max para além dos US$ 4.000 (cerca de R$ 26,6 mil).

Apple pode escapar de tarifa recorde dos EUA com apoio de Trump

Logomarca Apple

No entanto, o presidente Trump pode ter oferecido uma possível rota de fuga. Após inicialmente afirmar que não haveria exceções à nova política tarifária, ele voltou atrás e declarou que empresas mais afetadas poderiam receber alívio fiscal — com base, segundo ele, em seu “instinto”.

Tim Cook, CEO da Apple, mantém uma relação próxima com Trump, o que poderia ser um trunfo para a empresa. No entanto, a ideia de que as isenções seriam decididas por instinto presidencial deixou analistas e acionistas apreensivos. Afinal, decisões políticas baseadas em intuição geram incertezas no mercado — e a recente volatilidade das ações da Apple evidencia isso.

Na quarta-feira, após uma breve recuperação, os papéis da companhia voltaram a cair significativamente, recuando quase 7%. Ainda assim, a Apple retomou temporariamente o posto de empresa mais valiosa dos EUA, superando a Microsoft por uma margem estreita.

Índia e Vietnã aliviam a pressão

Apesar do cerco chinês, há uma válvula de escape: as tarifas de importação para produtos vindos da Índia e do Vietnã foram reduzidas para 10% pelos próximos três meses. Isso permite que a Apple mantenha os preços dos dispositivos fabricados nesses países estáveis, pelo menos no curto prazo.

A empresa já vem diversificando sua cadeia de suprimentos, ampliando sua presença na Índia e no Sudeste Asiático. No entanto, transferir grande parte da produção da China para essas regiões levará tempo — e os custos envolvidos são altos. Uma isenção presidencial temporária poderia oferecer o fôlego necessário para uma transição estratégica.

A China continua sendo o ponto crítico

O grande impasse, no entanto, ainda é a China. Trump não deu sinais de flexibilizar sua postura com o Partido Comunista Chinês. Se o embate continuar, e as tarifas subirem ainda mais, a Apple será forçada a tomar decisões difíceis: absorver os custos e reduzir margens, ou repassar o valor ao consumidor americano, arriscando queda nas vendas.

Enquanto isso, os investidores seguem atentos a cada nova declaração da Casa Branca. Para a Apple, tudo depende agora de uma decisão que pode vir não de uma análise técnica, mas do “instinto” de Trump — uma variável imprevisível no jogo das tarifas globais.