Ataques cibernéticos aumentam quase 50% nos últimos três meses no Brasil

Os ransomwares se mantiveram no centro dos ataques

A Check Point Research (CPR) divulgou novos dados sobre as tendências de ataques cibernéticos nos últimos meses. No Brasil, os ataques cibernéticos aumentaram quase 50% no último trimestre.

Os ataques de ransomware, agora, afetam uma em cada 40 organizações por semana, um aumento de 59% em relação ao período do ano anterior. Outro destaque do novo levantamento da CPR se refere aos três principais setores mais visados por ransomware no mundo que são Governo/Militar, Educação/Pesquisa e Saúde.

Além disso, as tensões geopolíticas mais relevantes, um aumento no trabalho e aprendizado remotos e a disposição das organizações em pagar resgates são fatores que afetaram o aumento de ataques.

Ataques cibernéticos

Os pesquisadores da CPR também compartilharam as tendências de ataques cibernéticos em geral, incluindo aqueles por setor e região. O segundo trimestre de 2022 apresentou um pico histórico, em que os ataques cibernéticos globais aumentaram em 32%, em comparação com o segundo trimestre de 2021, sendo que a média de ataques semanais por organização atingiu um pico de 1.200 ataques.

Em relação às estatísticas sobre o Brasil, o levantamento da divisão CPR apontou que, em média, as organizações no país foram atacadas 1.540 vezes semanalmente, um aumento de 46% comparado ao período do segundo trimestre de 2021.

Ransomware no centro das atenções

  • Por região

O mês de maio de 2022 marcou o 5º aniversário do ataque WannaCry, e parece que o ransomware mudou completamente o cenário de ameaças, na medida em que evoluiu para ser uma arma nas mãos de grupos de ataque que ameaçam governos.

No levantamento atual, a América Latina registrou o maior aumento nos ataques, registrando uma em cada 23 organizações impactada semanalmente, um aumento de 43% em comparação com uma em cada 33 no segundo trimestre de 2021. A região é seguida pela Ásia que registrou um aumento de 33% em relação ao ano anterior, atingindo uma em cada 17 organizações impactada semanalmente.

  • Ransomware por setor

O setor de Varejo e Atacado teve o maior pico de ataques de ransomware no mundo, com um aumento alarmante de 182%, em comparação com o mesmo período do ano passado, seguido pelo setor de SI/VAR/Distributor (Integradores de Sistemas/VAR/Distribuidores) que teve um aumento de 143% e, em seguida, o setor Governo/Militar, relatando um aumento impressionante de 135%, atingindo uma proporção de uma em cada 24 organizações afetada por ransomware semanalmente.

Ataques cibernéticos em geral

  • Por setor

O setor de Educação/Pesquisa tornou-se mais atacado em todo o mundo, com aumento de 53% em relação ao segundo trimestre de 2021. Já o setor de Saúde registrou um aumento de 60% nos ataques cibernéticos em comparação com o segundo trimestre de 2021.

  • Por região

A África foi a região mais atacada no segundo trimestre de 2022, com um pico de 1.760 ataques semanais em média, um aumento nominal de 3%, em comparação com o mesmo período do ano passado contra o continente. Em seguida, a Ásia e a América Latina experimentaram números surpreendentes de 1.680 e 1.600 respectivamente em média, marcando um aumento de 25% e 29% ano a ano.

“De acordo com nossa pesquisa, os ataques de ransomware não estão mostrando sinais de desaceleração. Neste momento, podemos dizer que uma em cada 40 organizações que rastreamos é afetada por ransomware a cada semana, o que representa um aumento de 59% em relação ao ano anterior. Os hackers estão aproveitando o aumento da superfície de ataque a partir do trabalho remoto e do aprendizado online, bem como da guerra entre a Ucrânia e a Rússia para impulsionar a tendência de proliferação desse tipo de ataque, à medida que as tensões geopolíticas crescentes inspiram os cibercriminosos a tomarem partido”, avalia Omer Dembinsky, gerente do Grupo de Dados da Check Point Software.

“Por fim, a disposição das organizações em atender às demandas de resgate em ataques de ransomware para proteger seus clientes provou que o negócio do ransomware é altamente lucrativo. Portanto, vemos que os cibercriminosos continuam investindo recursos para perseguir organizações do setor de Saúde. Recomendamos enfaticamente que as organizações em todo o mundo adotem nossas dicas de prevenção contra ransomware, como fazer backup de dados, manter os sistemas atualizados e treinar e conscientizar os funcionários sobre os diversos tipos de ataques e ameaças”, reforça Dembinsky.

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Jardeson é Mestre em Tecnologia Agroalimentar e Licenciado em Ciências Agrária pela Universidade Federal da Paraíba. Entusiasta no mundo tecnológico, gosta de arquitetura e design gráfico. Economia, tecnologia e atualidade são focos de suas leituras diárias. Acredita que seu dia pode ser salvo por um vídeo engraçado.
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