As tensões entre China e Estados Unidos ganharam mais um capítulo nesta terça-feira (15), com a acusação de que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) teria conduzido uma série de ataques cibernéticos avançados contra alvos críticos chineses durante os Jogos de Inverno Asiáticos, realizados em fevereiro.
Segundo informações divulgadas pela agência estatal Xinhua, os ataques teriam ocorrido na província de Heilongjiang, no nordeste do país, e mirado infraestruturas consideradas sensíveis — incluindo sistemas de energia, comunicações, transporte e pesquisa militar.
As autoridades de Harbin, cidade-sede do evento esportivo, alegam que as operações cibernéticas partiram de backdoors supostamente embutidos no sistema operacional Windows, ativados durante as competições. A ofensiva teria se intensificado no dia 3 de fevereiro, coincidente com a abertura dos jogos de hóquei no gelo.
Para disfarçar a origem das ações, os responsáveis teriam utilizado servidores contratados de forma anônima em países europeus e asiáticos. Três indivíduos, identificados como agentes da NSA — Katheryn A. Wilson, Robert J. Snelling e Stephen W. Johnson — foram incluídos em uma lista de procurados pela polícia local.
Além disso, o relatório menciona, sem muitos detalhes, um possível envolvimento indireto das universidades norte-americanas da Califórnia e Virginia Tech, sugerindo algum tipo de participação nas ações investigadas.
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Durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, declarou que o país já expressou formalmente suas preocupações aos EUA e exigiu que Washington cesse o que chamou de “ataques injustificados e difamações contra a China”.
A embaixada dos Estados Unidos em Pequim não respondeu às solicitações de posicionamento até o momento.
A troca de acusações entre as duas potências não é novidade. Em março, o governo norte-americano havia denunciado supostos hackers ligados a Pequim por ataques a órgãos federais dos EUA. Já em dezembro do ano passado, autoridades chinesas afirmaram ter neutralizado ações cibernéticas de origem americana contra empresas de tecnologia locais.
Com informações da Reuters.
