O aumento da regulamentação e do interesse do público impulsionou um crescimento de 50% nas fraudes de identidade em plataformas de criptomoedas na América Latina em 2024, segundo o relatório “State of the Crypto Industry 2025” da Sumsub. O estudo aponta que fraudes documentais seguem como o tipo mais comum, enquanto novos métodos de verificação e regulamentações mais rígidas são as principais apostas para conter esses crimes.
A ascensão das fraudes e o cenário regulatório
O relatório indica que as fraudes cresceram ligeiramente acima da média global de 48%, com documentos falsificados representando 31% dos casos, phishing correspondendo a 20%, e lavagem de dinheiro com laranjas sendo responsável por 15%.
Entre os países latino-americanos, o Brasil apresentou um dos menores índices de fraude, com apenas 0,7% das verificações sinalizadas como suspeitas, enquanto a República Dominicana registrou a maior taxa, com 2,4%. O Brasil também lidera a taxa de aprovação de identidades na região, com 93%, seguido pela Colômbia (92%) e pelo Peru (90%).
Além do aumento dos crimes, a Travel Rule — norma que obriga empresas a detalharem a origem e destino das transações — vem ganhando relevância. No Brasil, a regulamentação ainda está em debate pelo Banco Central, enquanto apenas 29% das empresas globais do setor já estão em conformidade.
Novas tecnologias de verificação
Diante do crescimento da fraude, verificações biométricas, IA e análises baseadas em blockchain vêm sendo adotadas para tornar o processo mais seguro e eficiente. O relatório destaca que a adoção de verificações sem documentos cresceu 19% globalmente, chegando a 27% na África.
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O Brasil está entre os países que mais avançaram nesse método, ao lado do Reino Unido e Bangladesh, permitindo que a verificação de identidade seja concluída em apenas dois segundos. Com essas inovações, o tempo médio de validação caiu 46%, enquanto as taxas de sucesso no onboarding de novos usuários atingiram 93%.
Desafios e perspectivas para 2025
As plataformas de criptomoedas enfrentam desafios não apenas na segurança digital, mas também na experiência do usuário. 55% das empresas relatam dificuldades na UX, enquanto 48% apontam falsos positivos e negativos como problemas.
Para Andrew Novoselsky, Diretor de Produtos da Sumsub, a digitalização financeira na América Latina exige monitoramento rigoroso de transações para detectar fraudes, lavagem de dinheiro e roubo de identidade. Já Ilya Brovin, Chief Growth Officer da Sumsub, alerta para as mudanças regulatórias globais e destaca que o avanço dos EUA na inovação digital pode impactar diretamente o mercado cripto.
Metodologia do estudo
O relatório da Sumsub analisou dados internos entre 2023 e 2024, considerando taxas de aprovação, tempos de verificação e tentativas de fraude em diversas regiões. Além disso, a pesquisa incluiu respostas de mais de 300 empresas dos setores de criptomoedas, bancos, pagamentos e e-commerce.
