O fundador de 36 anos do mixer de criptomoedas Bitcoin Fog foi sentenciado a 12 anos e 6 meses de prisão por facilitar atividades de lavagem de dinheiro entre 2011 e 2021.
Roman Sterlingov, cidadão russo-sueco, se declarou culpado dos crimes de lavagem de dinheiro e operação de um serviço de transmissão de dinheiro não licenciado em março deste ano.
O Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) descreveu o Bitcoin Fog como o mixer de criptomoedas mais antigo da darknet, permitindo que criminosos ocultassem a origem de seus lucros obtidos por meio de criptomoedas.
“Durante seus dez anos de operação, o Bitcoin Fog tornou-se amplamente conhecido como um serviço de lavagem de dinheiro usado por criminosos que buscavam esconder seus rendimentos ilícitos de autoridades policiais, processando transações envolvendo mais de 1,2 milhão de bitcoins, no valor de aproximadamente $400 milhões (cerca de R$2,04 bilhões) na época”, informou o DoJ.
Bitcoin Fog e a lavagem de dinheiro
A maioria das criptomoedas processadas pelo Bitcoin Fog veio de mercados da darknet e esteve relacionada a crimes como tráfico de drogas, crimes cibernéticos, roubo de identidade e material de abuso infantil.
Além da pena de prisão, Sterlingov foi condenado a devolver $395,56 milhões (aproximadamente R$2,02 bilhões), além de criptomoedas e ativos financeiros confiscados, avaliados em cerca de $1,76 milhão (aproximadamente R$9 milhões). Também foi ordenado que ele devolvesse sua participação na carteira do Bitcoin Fog, que atualmente detém 1.345 bitcoins, no valor de aproximadamente $103 milhões (cerca de R$527 milhões).
“Roman Sterlingov lavou mais de $400 milhões (R$2,04 bilhões) em lucros criminosos por meio do Bitcoin Fog, um serviço de ‘mistura’ de criptomoedas voltado para criminosos que desejavam esconder dinheiro sujo”, disse Nicole M. Argentieri, Procuradora Geral Assistente do DoJ.
No mesmo dia, o DoJ também sentenciou o nigeriano Babatunde Francis Ayeni, de 33 anos, a 10 anos de prisão federal por sua participação em uma grande conspiração de fraude cibernética que afetou mais de 400 vítimas nos EUA, resultando em perdas de quase $20 milhões (cerca de R$102 milhões).
Ayeni e outros conspiradores estavam envolvidos em um esquema sofisticado de comprometimento de e-mails comerciais, visando transações imobiliárias nos EUA, informou o DoJ.
“A fraude afetou mais de 400 pessoas nos Estados Unidos. Dessas, 231 não conseguiram reverter as transações a tempo e perderam todo o valor da transação. A perda total dessas vítimas foi de $19.599.969,46 (aproximadamente R$100,1 milhões)”, afirmou o DoJ.
Na semana passada, o DoJ também sentenciou Kolade Akinwale Ojelade, de 34 anos, outro nigeriano, a mais de 26 anos de prisão por enganar futuros proprietários e outros com pagamentos de entrada por meio de ataques de phishing e spoofing, resultando em perdas de cerca de $12 milhões (aproximadamente R$61 milhões).
A sentença ocorre após a prisão de 130 suspeitos, incluindo 113 estrangeiros, principalmente chineses e malaios, e 17 colaboradores nigerianos, por envolvimento em crimes cibernéticos de alto nível, hacking e atividades que ameaçam a segurança nacional.