Dimensões do social learning

O Social Learning é um conceito que vai além do aprendizado tradicional. Consiste em colocar um mesmo modelo a aprendizagem formal, informal, pessoal e social. Tudo isso ocorrendo simultaneamente, com temas diferentes, materiais diferentes, pessoas diferentes, comunidades diferentes, idiomas diferentes. Considere ainda poder compartilhar arquivos, descrever uma atividade no seu blog pessoal, ler as principais notícias do dia, participar de uma lista de discussão, assistir a um vídeo sobre como realizar uma determinada atividade. Ou seja, aprender não apenas observando, mas interagindo, criando.

Segundo o artigo Redes e conhecimento: dimensões do social learning da revista Em Aberto, edição 94:

Ainda que as tecnologias de rede ajudam a redefinir e repensar os processos de educação, em muitas partes da Europa e do mundo ainda é forte a oposição de muitos intelectuais, educadores e estudiosos da comunicação diante das formas de expressão associadas com os meios de comunicação não tipográficos. A aprendizagem institucionalizada torna-se uma espécie de refúgio ideal contra as maldades do mundo, mas, as mudanças que a educação está experimentando são, realmente, apenas uma questão de tecnologias ou economia? Ou essas mudanças afetam também profundas transformações antropológicas, culturais e sociais?

O conhecimento sempre foi social e o que a Internet faz é remover as limitações associadas a formas anteriores de comunicação. Sua extensão oferece novas possibilidades de atuação e permite que grupos de pessoas resolvam problemas coletivamente, bem como a construção de recursos cognitivos sobre temas muito grandes para especialistas individuais. Novos espaços, novas formas, novas mídias, novas comunicações, novos conhecimentos: hoje, uma pluralidade de códigos e uma variedade de formas de expressão vivem juntos. Uma desordem fecunda, um terreno fértil para novas criaçoes e experimentações inéditas.

Assim revoluções tecnológicas ao redor do globo tem tomado forma e nome nas últimas décadas, o avanço em áreas industriais é notório, nosso dia a dia é regido por dispositivos que estão quase a todo instante conectados a rede, ainda sim, a educação parece ser o ambiente onde estes recursos se fazem nulos ou quase nulos, tendo apenas um infimo de seu potencial aproveitado. O artigo nos leva a reflexão, o problema educacional é tecnológico ou econômico?

Segundo o professor Nelson Pretto em seu artigo ao jornal A Tarde:

…Vivemos em um momento de intensa luta política, onde a internet está desempenhando um papel central, estando ela própria no foco dos debates contemporâneos. Conectar a escola à internet e usá-la plenamente é parte imprescindível da formação das juventudes. Essa tem sido nossa maior batalha desde 1995, quando conectamos, na gestão da prefeita Lídice Matta, a priemira escola munipal à internet, a Novo Marotinho…

Em uma era onde a conexão se faz indispensável ainda nota-se forte resistência dos orgãos e instituições adotarem tecnologias que viabilizam está conexão nos ambiente educacionais, como no caso de Salvador, proibindo escolas públicas de acessarem determinadas plataformas, a exemplo o Youtube, mas não proibindo o Google da mesma empresa Alphabet. É possível que está resistência se dê pela não compreensão desses meios ou de sua utilização?

Bom, ainda de acordo com o artigo Redes e conhecimento: dimensões do social learning:

Como em outras partes do mundo, na Itália também ocorre um debate acalorado sobre os atuais sistemas educacionais e sobre a relação entre mídia e educação. As reflexões sobre as mudanças que surgem neste âmbito enfatizam mais frequentemente a crise contemporânea ao invés de quaisquer novas oportunidades. Tais reflexões são, quase sempre, focalizadas sobre a “perda de valores” e sobre as consequências das práticas de consumo das mídias entre os jovens e estudantes em geral. A tese é clara: a universidade e a escola estão em crise e a culpa é dos meios de comunicação, que seduzem e distraem.

Uma síntese eficaz deste modo de descrever a contemporaneidade está contida nos dois volumes do filósofo Mario Perniola (2004, 2009): Contra a comunicação e milagres e Traumas da comunicação.

Dando seguimento, podemos compreender em nossa realidade que os modelos educacionais vigentes ainda se utilizam de modelos arcaicos do ensino, evitando ferramentas tecnológicas, impedindo que profissionais docentes exerçam sua função como facilitadores do conhecimento e não detentores do mesmo. Pode se observar também o nulo ou quase nulo debate sobre movimentos que hoje estão em grande escala presentes na humanidade, como o OpenSource e o Software Livre.

A rejeição destes modelos nos projeta um cenário precário onde a sociedade migra para um nível de automatização, inteligências cognitivas, cidades inteligêntes, indivíduos carentes dos conhecimentos necessários para interagir, criar e manipular essa nova realidade. Limitando assim as possibilidades de transformação social que sucedem em conjunto as evoluções tecnológicas e provocando uma lacuna entre o desenvolvimento e a empregabilidade.

Em termos práticos, é preciso oferecer modelos educaionais inclusivos que optem pelo uso de ferramentas, livres ou não-livres, de maneira tal, que seja possível oferecer conhecimento de maneira dinâmica e eficiente. Soluções parecidas são oferecidas por empresas como Endless e Microsoft, o Endless OS que por sua vez tem como finalidade a inclusão digital e a Microsoft Virtual Academy que tem por finalidade a capacitação de profissionais em tecnologias Microsoft. Ambos oferecendo serviços em níveis diferentes porém de larga acessibilidade.

O próposito desta discussão é salientar ao leitor a ideia do por que ainda não se é adotado tecnologias em nossa contemporaneidade educacional, fazendo com que juntos, cheguemos a uma conclusão eficiente para nossa sociedade como um todo. Para isso é preciso inserir as escolas no mundo contemporâneo, contribuindo para uma formação cidadã plena de todos.

Continuando nosso raciocínio no artigo Redes e conhecimento: dimensões do social learning:

No âmbito educativo, esse processo conduz a um debate acalorado que caracteriza a elaboração pedagógica do presente, a qual vê, de um lado, as posições daqueles que ainda aspiram reconstruir uma escola “silenciosa” e alternativa no mundo, e do outro lado, aqueles que veem, na relação dialógica entre a escola e o mundo, um elemnto imprescindível para a projeção educativa (Maragliano, 2004).

No paragráfo acima podemos reafirmar a divisão ainda presente em nossa sociedade. Atualmente estamos em maioria por uma escola silenciosa de carater isolado, onde o aprender se torna “uma espécie de refúgio ideal contra as maldades do mundo”, nos desviando assim de uma “relação dialógica entre a escola e o mundo, um elemnto imprescindível para a projeção educativa”, assim, eliminamos a possibilidade de expandir nossas comundiades de aprendizado.

Neste breve artigo, trago as reflexões acima propostas, continuaremos no debate ao longo das semanas. Espero que desfrutem da leitura.

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Por Edgar
Quem sou eu? Uma pessoa em constante mudança, buscando novas maneiras de pensar e transformar a interação humana com o mundo a sua volta, em resumo, sou um UX Designer em Portugal. Na minha vida profissional, implementei soluções criativas para algumas brandings Brasileiras, Americanas (USA) e Europeias (Continente).
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