Firefox lançará ‘particionamento de rede’ como uma nova defesa anti-rastreamento

O Firefox 85, programado para ser lançado no próximo mês, em janeiro de 2021, virá com um recurso chamado Network Partitioning. Assim, o navegador Firefox lançará ‘particionamento de rede’ como uma nova defesa anti-rastreamento.

O recurso é baseado em “Particionamento de armazenamento ao cliente“, um novo padrão que está sendo desenvolvido atualmente pelo Grupo da Comunidade de Privacidade do World Wide Web Consortium.

O particionamento de rede é algo altamente técnico. No entanto, para simplificá-lo um pouco; seu navegador tem muitas maneiras de salvar dados de sites, não apenas por meio de cookies”, disse o pesquisador de privacidade Zach Edwards.

Esses outros mecanismos de armazenamento incluem o cache HTTP, cache de imagem, cache de favicon, cache de fonte, cache de preflight CORS e uma variedade de outros caches e mecanismos de armazenamento que podem ser usados para rastrear pessoas em sites.

Edwards diz que todos esses sistemas de armazenamento de dados tem compartilhamento entre sites.

Firefox lançará ‘particionamento de rede’ como uma nova defesa anti-rastreamento

A diferença é que o particionamento de rede permitirá que o Firefox salve recursos como cache, favicons, arquivos CSS, imagens e mais, por site da Web, em vez de juntos, no mesmo pool.

Isso torna mais difícil para sites e terceiros, como empresas de publicidade e análise da web, rastrear os usuários, pois eles não podem sondar a presença de dados de outros sites nesse pool compartilhado.

De acordo com a Mozilla, os seguintes recursos de rede terão particionamento a partir do Firefox 85:

  • HTTP cache
  • Image cache
  • Favicon cache
  • Connection pooling
  • StyleSheet cache
  • DNS
  • HTTP authentication
  • Alt-Svc
  • Speculative connections
  • Font cache
  • HSTS
  • OCSP
  • Intermediate CA cache
  • TLS client certificates
  • TLS session identifiers
  • Prefetch
  • Preconnect
  • CORS-preflight cache

Porém, embora a Mozilla vá implantar o mais amplo “sistema de particionamento” de dados do usuário até hoje, o criador do Firefox não é o primeiro.

Outros gigantes fizeram o mesmo

Edwards disse que o primeiro fabricante de navegadores a fazer isso foi a Apple, em 2013, quando começou a particionar o cache HTTP e, em seguida, particionou ainda mais sistemas de armazenamento de dados do usuário anos depois, como parte de seu recurso de prevenção de rastreamento.

O Google também particionou o cache HTTP no mês passado, com o lançamento do Chrome 86, e os resultados começaram a ser sentidos imediatamente, pois o Google Fonts perdeu algumas de suas métricas de desempenho,  pois não conseguia mais armazenar fontes no cache HTTP compartilhado.

A equipe da Mozilla espera problemas de desempenho semelhantes para sites carregados no Firefox. Entretanto, está disposta a aceitar o golpe apenas para melhorar a privacidade de seus usuários.

A maioria dos legisladores e estrategistas digitais focam na morte do cookie de terceiros. Porém, há uma grande variedade de outras técnicas de impressão digital e estratégias de rastreamento de usuário que precisam acabar por parte dos navegadores, disse Edwards elogiando a iniciativa da Mozilla.

A Mozilla também disse que um efeito colateral da implantação do particionamento de rede é que o Firefox 85 finalmente será capaz de bloquear melhor “supercookies“. É um tipo de arquivo de cookie do navegador que abusa de vários meios de armazenamento compartilhados para persistir nos navegadores. Assim, eles permitem que os anunciantes rastreiem movimentos do usuário na web.

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Jornalista com pós graduações em Economia, Jornalismo Digital e Radiodifusão. Nas horas não muito vagas, professor, fotógrafo, apaixonado por rádio e natureza.
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