Google vai oferecer contas correntes

O setor de tecnologia está cada vez mais entrando na área financeira. É algo que vimos este ano com o Facebook e sua problemática criptomoeda Libra (e plataforma Calibra), ou o Apple Card que a Apple lançou com o Goldman Sachs. Nesse sentido, como lemos no The Wall Street Journal, o Google se prepara para oferecer contas correntes a partir do próximo ano, em parceria com o Citigroup. Portanto, o Google vai oferecer contas correntes.

Os planos atuais do Google a esse respeito estão enquadrados dentro de um projeto chamado Cache. Não é necessariamente surpreendente, uma vez que já foram lançados outros serviços relacionados com esta área. É o caso do Google Wallet e agora o Google Pay, que são simples gateways de pagamento.

Em dezembro do ano passado, o Google recebeu uma licença fintech na Lituânia, o que lhe permitiu fornecer alguns serviços bancários (apesar de não conceder empréstimos e fornecer outros serviços). Essa consideração fez com que a fintech de fato atuasse não apenas naquele país, mas em toda a União Europeia. Isso foi possível, pois é necessária somente a aprovação em um Estado-Membro. Com o ‘Cache’, o Google poderia começar a operar na Europa sob essa licença, embora pareça que os alvos também são outros locais.

Google vai oferecer contas correntes. Vai se tornar um banco? O que o Google quer?

Como lemos no Wall Street Journal, o Google também não deseja se tornar um banco. Daí ter feito acordo com o Citigroup. Cesar Sengupta, vice-presidente do Google Payments explica:

Nosso foco será formar uma parceria profunda com os bancos e o sistema financeiro. […] Pode ser um caminho um pouco mais longo, mas é mais sustentável. Assim, as funções bancárias tradicionais permaneceriam nas mãos de bancos e entidades financeiras associadas, o que também poderia fornecer a imagem da marca.

Isso é fundamental, porque se o sistema bancário tradicional pode se vangloriar de algo, é dar confiança aos seus clientes. É a mesma coisa que acontece com as operadoras de telefonia clássicas há anos, até que, com seu bom trabalho, operadoras virtuais como Simyo ou Pepephone tentavam mostrar que seu serviço poderia ser o mesmo ou melhor.

O Google terá que construir uma reputação a esse respeito. Além disso, terá que lutar contra acusações de falta de privacidade e mau tratamento de dados focados em publicidade, algo com o qual o Facebook está sendo transparente com o Facebook Pay.

Nesse sentido, Segupta diz ao Wall Street Journal que o objetivo do Google é agregar valor a usuários, bancos e empresas com serviços como programas de fidelidade, muito comuns no setor. Contudo, sem vender dados financeiros de usuários que usam suas contas correntes. Além disso, em relação ao Google Pay, eles alegam que não incorrem nessas práticas.

Fonte: Genbeta

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Jornalista com pós graduações em Economia, Jornalismo Digital e Radiodifusão. Nas horas não muito vagas, professor, fotógrafo, apaixonado por rádio e natureza.
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