O Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) anunciou a divulgação de uma acusação contra Linwei (Leon) Ding, 38, um ex-engenheiro de software do Google. O ex-engenheiro do Google é suspeito de roubar segredos comerciais de IA do Google para empresas chinesas.
Engenheiro do Google acusado de roubar segredos de tecnologia de IA
As acusações alegam que Ding roubou informações proprietárias sobre as tecnologias de inteligência artificial (IA) do Google e as transferiu para duas empresas sediadas na China, onde trabalhou secretamente. Os segredos comerciais supostamente roubados envolvem tecnologia crucial que sustenta os avançados centros de dados de supercomputação do Google, que são essenciais para treinar e hospedar grandes modelos de IA capazes de processar linguagem diferenciada e gerar respostas inteligentes.
Ainda de acordo com a acusação, Ding roubou informações proprietárias em plataformas de hardware e software, incluindo: a arquitetura e funcionalidade de chips e sistemas GPU (Unidade de Processamento Gráfico) e TPU (Unidade de Processamento Tensor); software que permite que esses chips se comuniquem e executem tarefas; o Cluster Management System (CMS) que orquestra milhares de chips em um supercomputador capaz de executar aprendizado de máquina e tecnologia de IA de ponta.
Roubo secreto de dados
O DOJ diz que Ding começou a trabalhar como engenheiro de software no Google em 2019 e começou a enviar dados proprietários para uma conta pessoal do Google Cloud em 21 de maio de 2022. Esse processo continuou por quase um ano, resultando no roubo de mais de quinhentos arquivos. O engenheiro teria copiado os arquivos de origem do Google para o Apple Notes em seu laptop fornecido pelo Google para ocultar suas ações e os converteu em arquivos PDF antes de enviá-los para sua conta do Google Cloud.
De acordo com a acusação, Ding transferiu os arquivos contendo informações confidenciais para a China, especificamente para uma empresa de IA à qual ele se afiliou ao assumir o cargo de Diretor de Tecnologia e para uma segunda empresa que ele fundou, chamada Shanghai Zhisuan Technology Co.
Ding não informou o Google sobre suas afiliações com essas empresas e não divulgou suas viagens para participar de reuniões de investidores na China. Pelo contrário, ele supostamente pediu a um colega que verificasse periodicamente o seu crachá de entrada para fazer parecer que ele estava trabalhando no escritório do Google nos EUA enquanto estava na China.
Mesmo depois de a empresa ter detectado a atividade não autorizada de transferência de dados, Ding respondeu mentindo ao investigador de uma empresa, alegando que carregou ficheiros para a sua conta pessoal para usar como prova do trabalho que conduziu na empresa.
Ele até assinou uma declaração de autoexclusão afirmando que havia excluído permanentemente todas as informações não públicas do Google fora do âmbito de seu emprego, o que não era verdade.
Ding foi preso em 5 de março de 2024, na Califórnia e agora enfrenta uma pena máxima de 10 anos de prisão, além de uma multa de até US$ 250.000 por cada acusação de roubo de segredo comercial (US$ 1 milhão no total – cerca de R$ 5 mi).