O Google está considerando uma mudança significativa em sua estratégia de design para chips de Inteligência Artificial (IA). Até então, a empresa vinha trabalhando com a Broadcom para desenvolver suas Unidades de Processamento Tensor (TPUs), processadores voltados para acelerar cargas de trabalho de IA. No entanto, um novo relatório aponta que a gigante da tecnologia pode substituir a Broadcom pela MediaTek como parceira na concepção dos TPUs de sétima geração.
Google pode trocar Broadcom pela MediaTek no desenvolvimento de chips de IA
Vantagens da MediaTek
Apesar da possível mudança, a Broadcom não será completamente descartada. No entanto, a MediaTek surge como uma alternativa vantajosa, principalmente por seu relacionamento consolidado com a TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo. Com isso, a MediaTek pode oferecer custos menores para o Google em comparação com a Broadcom. Estima-se que, em 2024, o Google tenha investido entre US$ 6 bilhões e US$ 9 bilhões em TPUs, segundo dados da Omdia.
Reduzindo a dependência da Nvidia
Os TPUs do Google são projetados especificamente para operações de IA, reduzindo a necessidade de depender das GPUs da Nvidia, que ainda dominam o mercado na área de treinamento de modelos de inteligência artificial. Enquanto empresas como OpenAI e Meta Platforms continuam dependentes da Nvidia, o Google busca uma abordagem mais independente para evitar gargalos causados por escassez de chips.
A dependência excessiva de GPUs pode ser um problema estratégico. No final de fevereiro, o CEO da OpenAI, Sam Altman, revelou que a empresa ficou sem unidades da Nvidia, atrasando o lançamento do modelo GPT-4.5. Esse cenário reforça a importância de alternativas como os TPUs desenvolvidos pelo Google.
Por que GPUs são preferidas para IA?
Embora CPUs sejam amplamente utilizadas em diversos dispositivos, como smartphones e computadores, as GPUs se destacam quando se trata de IA. Isso acontece porque elas são projetadas para lidar com grandes volumes de processamento simultâneo, o que é ideal para aprendizado de máquina e treinamento de modelos complexos. Já as CPUs operam de forma mais sequencial, o que as torna menos eficientes para tarefas de inteligência artificial.
Caso o Google concretize sua parceria com a MediaTek, a empresa poderá fortalecer ainda mais sua independência tecnológica e reduzir custos na produção de seus chips de IA. Essa movimentação pode mudar o equilíbrio do setor e influenciar diretamente a forma como gigantes da tecnologia desenvolvem suas próprias soluções para IA.