Em um feito impressionante, um engenheiro conseguiu rodar o Windows no Google Pixel Watch 3, um dispositivo projetado para funcionar com o Wear OS do Google. Embora a ideia de rodar o Windows em um smartwatch pareça absurda à primeira vista, o projeto de Gustave Monce, estudante de doutorado, demonstrou as impressionantes possibilidades de modificação de sistemas em dispositivos compactos e móveis.
Rodando Windows no Pixel Watch 3
O Windows for Arm é uma versão do sistema operacional da Microsoft projetada para rodar em processadores ARM, como aqueles encontrados em smartphones e wearables. Isso foi o que tornou possível rodar o Windows no Pixel Watch 3, que é alimentado por um processador Snapdragon quad-core. Monce usou a arquitetura do bootloader XBL, baseado em UEFI, da Qualcomm, para dar o pontapé inicial neste projeto. Ao realizar modificações detalhadas nas tabelas de configuração e ajustar o código, ele conseguiu inicializar o Windows Preinstallation Environment (PE) — a versão de instalação do sistema operacional — no smartwatch.
Embora o relógio tenha uma tela OLED de 456×456 pixels e um hardware que não foi projetado para rodar o Windows, o engenheiro fez o que parecia impossível. Claro, o resultado não foi uma experiência fluida ou útil de usar o sistema operacional completo, já que o display pequeno e as limitações de hardware tornariam praticamente impossível uma experiência funcional. O que Monce conseguiu, no entanto, foi uma prova de conceito impressionante, que destaca a flexibilidade do hardware moderno.
Porém, como se trata de um projeto experimental, surgiram obstáculos ao longo do caminho. O lançamento do Android 15 para o Pixel Watch 3, por exemplo, causou problemas no processo de inicialização do sistema, interrompendo a modificação que Monce havia feito para carregar o Windows. No entanto, em vez de desistir, o engenheiro seguiu realizando modificações improvisadas no código e no kernel do dispositivo até que ele finalmente conseguiu reiniciar o relógio, permitindo que o sistema operacional da Microsoft fosse carregado, embora de forma limitada.
Monce foi além e até conseguiu adicionar suporte USB no dispositivo, permitindo que o Pixel Watch 3 fizesse reconhecimento de armazenamento em massa, o que, embora ainda distante de ser útil, demonstra a flexibilidade e o poder do hardware. Claro, a experiência não é nada prática — a tela pequena e as limitações de hardware são barreiras intransponíveis para usar o Windows de maneira eficiente. Mas, esse feito serve para mostrar o quão longe os engenheiros e desenvolvedores podem ir ao explorar as capacidades dos dispositivos móveis modernos.
Este experimento reforça a ideia de que os dispositivos móveis, mesmo os mais compactos, são máquinas poderosas e versáteis, capazes de rodar sistemas operacionais complexos como o Windows. Embora a experiência não seja uma solução para um uso diário, ela serve como um lembrete de que a inovação tecnológica está sempre à frente do que se poderia imaginar. Mesmo quando se trata de dispositivos tão pequenos quanto um smartwatch, as possibilidades de modificação e exploração de sistemas são praticamente ilimitadas, especialmente para aqueles dispostos a desafiar os limites do que é convencional.
O que se pode concluir deste projeto é que, embora um relógio inteligente não seja a melhor plataforma para rodar um sistema operacional como o Windows, a flexibilidade do hardware atual e a habilidade de modificá-lo são aspectos fascinantes da engenharia de dispositivos. Não se sabe se algum dia o Windows rodará de forma eficaz em dispositivos tão pequenos, mas este experimento, sem dúvida, abre portas para futuras inovações e provocações na indústria de wearables e dispositivos móveis.