A Samsung está avaliando uma grande reestruturação interna que pode impactar a forma como a empresa desenvolve seus chips Exynos. Atualmente, a divisão LSI da Samsung é a responsável pelo design desses chips, mas rumores indicam que essa responsabilidade pode ser transferida para a divisão Samsung MX (Mobile Experience). Esta divisão cuida dos smartphones da linha Galaxy, e a mudança visa integrar os times de desenvolvimento de chips e de dispositivos móveis, criando uma colaboração mais próxima para melhorar a performance geral dos dispositivos da marca.
Objetivos da reestruturação: melhorar desempenho e integração
O principal objetivo dessa possível transferência de responsabilidades é otimizar o desempenho dos chips Exynos, oferecendo uma experiência de usuário mais fluida e competitiva, principalmente em relação aos chips concorrentes, como o Snapdragon da Qualcomm. A ideia é que, com a integração das equipes de design de chips e de desenvolvimento de smartphones, seja possível aprimorar os SoCs (System on Chips) Exynos e garantir que eles atendam às expectativas dos consumidores da linha Galaxy.
Além disso, a divisão Foundry da Samsung, responsável pela fabricação dos chips, continuará a desempenhar seu papel, garantindo que os SoCs sejam produzidos com a qualidade e a tecnologia de ponta necessárias para competir no mercado global de semiconductores.
Desafios internos e oposição à mudança
Apesar da perspectiva positiva que essa mudança poderia trazer, a reestruturação não está sendo bem recebida por todos dentro da Samsung. Relatórios indicam que existem divisões internas sobre a mudança, com alguns membros da equipe apoiando a ideia, enquanto outros expressam resistência devido ao impacto que a reorganização pode ter nas operações da empresa.
Um dos principais pontos de desacordo está relacionado à forma como a transferência de responsabilidades pode afetar os prazos e a estrutura de desenvolvimento dos chips. A mudança exige planejamento detalhado e uma transição cuidadosa para garantir que a qualidade e a pontualidade na entrega dos chips Exynos não sejam comprometidas, algo que já foi um ponto fraco para a Samsung nos últimos anos.
A razão por trás da reestruturação: desempenho insatisfatório
A principal motivação por trás dessa reestruturação é o desempenho insatisfatório da divisão LSI da Samsung nos últimos anos. A equipe do braço LSI tem enfrentado dificuldades para entregar os chips Exynos a tempo para os lançamentos das séries Galaxy S23 e S25. Além disso, os chips Exynos frequentemente não têm conseguido competir com as alternativas da Qualcomm, especialmente nas áreas de desempenho e eficiência energética.
Na série Galaxy S25, a Samsung perdeu prazos importantes com o Exynos 2500, e problemas semelhantes ocorreram com o Exynos utilizado na série Galaxy S23. Esses atrasos e problemas de desempenho têm colocado a Samsung em uma posição desafiadora, especialmente quando comparada com outros fabricantes que conseguem entregar soluções mais competitivas.
Desafios adicionais com a fabricação e a Foundry
Embora a reestruturação possa trazer melhorias no design dos chips Exynos, a Samsung MX pode enfrentar desafios adicionais relacionados à divisão Foundry da empresa. A Samsung Foundry tem encontrado dificuldades para acompanhar o ritmo da TSMC, líder na fabricação de chips de última geração. A TSMC tem se destacado pela sua capacidade de desenvolver tecnologias de fabricação de chips mais avançadas, como os chips de 3nm e 5nm, enquanto a Samsung Foundry tem tido dificuldades para atingir esses marcos.
Esses desafios de fabricação podem afetar a capacidade da Samsung de produzir chips Exynos de maneira competitiva, colocando ainda mais pressão sobre a divisão MX, que já lida com os desafios de aprimorar os dispositivos móveis da marca. Assim, mesmo que a reestruturação no design dos chips Exynos seja bem-sucedida, a Samsung precisará de um esforço ainda maior para melhorar sua competitividade no mercado de semiconductores.