Durante a conferência Embedded World na semana passada, a Qualcomm fez um grande comunicado. Durante o evento, a empresa divulgou que está focada em IoT, e assim lançou uma nova plataforma para uso comercial ou doméstico. Além disso, a empresa também apresentou o Qualcomm Connect Wi-Fi. O espanto causado pela Qualcomm é que pela primeira vez uma casa inteligente realmente tornou-se estável e funcional.
Os grandes desafios atuais do mundo da Internet das Coisas e da inteligência artificial, está mesmo ligado em fazer a teoria funciona na prática. Há algum tempo, outras empresas também tentaram produzir casas e até edifícios inteligentes, mas não funcionaram e causaram grandes transtorno durante apresentações ao público. Neste momento, onde tudo é inteligente, tudo parece estar focado em IA. Na última semana até a Lenovo já declarou que vai produzir computadores visando o uso de IA.
Receios, erros e acertos da casa inteligente
Ao utilizar a Inteligência Artificial numa residência, local onde passamos muito tempo. Há quem tenha receios e ressalvas. Ocorre que a nossa casa é um lugar para descansar, se alimentar e guardar tudo o que é de mais precioso. Porém, utilizar a inteligência artificial para fazer o que atualmente fazemos, não tem dado tão certo. A casa inteligente já está nos planos desde 1970, quando foi lançado o projeto X10. Naquela época, desligar a luz com o uso da tecnologia era um sonho de consumo de muitas famílias.
Mas, dentro do mesmo ano, devido ao sucesso espantoso para aquele momento, o X10 além de tomadas, também lançou toca-discos. O toca-discos X10 permitia que você selecione faixas individuais e até reproduzir discos em série. No entanto, mesmo com tanto sucesso a tecnologia começou a apresentar alguns problemas. Com isso, muitas outras empresas do segmento, começaram a produzir novas tecnologias derivadas e até originais. Contudo, os preços não eram e continuam não sendo nada atrativos. Afinal, ninguém quer pagar quase R$8.000 por um projeto de casa inteligente onde somente as luzes podem ser apagadas.
O Google apareceu com um projeto interessante, o Google Matter. Mas logo depois a Amazon veio com a Alexa. Com ambas tecnologias é possível utilizar dispositivos inteligentes para fazer algumas tarefas utilizando comandos de voz. No entanto, ambos têm se popularizado ao longo dos anos e empresas de máquina de lavar, aspirador, secadoras de roupas, smartphones, interruptores e outros, tem focado especialmente na Alexa para desenvolver seus produtos.
Porém, várias empresas tradicionais e até robustas, com notória capacidade de cooperar neste ecossistema inteligente, seguem sem adotar a tecnologia. Essa recusa não é a falta de recursos para investimentos, é, na verdade, receios pela tecnologia ser nova e, ao mesmo tempo, ressalvas de seus produtos causarem problemas quando operado por comandos de voz.
Qualcomm Connect: Wi-Fi inteligente
A Qualcomm lançou uma solução chamada de Service Defined Wi-Fi. Este serviço permite que provedores de internet ofertem serviços que abrangerá dispositivos domésticos inteligentes. Mas, além da comunicação entre os dispositivos, o serviço promete uma central que realmente funciona. A central ofertada pela Qualcomm pode ser acessada na própria residência ou de qualquer lugar, tudo o que o usuário precisa é de um telefone e internet.
A central projetada pela Qualcomm permite gerenciar interruptores, plugues, eletrodomésticos, câmeras de segurança, TVs, iluminação, temperatura e vários outros dispositivos. Além de tudo isso, também é possível conectar o carro elétrico, computadores ou smartphones. Tudo poderá ser monitorado em casa ou na rua. A grande vantagem de ter um provedor de internet que ofereça tudo isso, é que você pode obter suporte a qualquer momento. E assim, o provedor poderá enviar um técnico para resolver qualquer problema ou orientação.
A casa inteligente exibida durante o evento, foi um travalho de parceria entre a Qualcomm e a British Telecom, Comcast e várias outras empresas.
Qualcomm segue focada em IoT
Ainda na semana passada, a Qualcomm também anunciou não só uma, mas várias plataformas de IA de ponta e com integração com SoCs Wi-Fi de micropotência. E com isso, será possível oferecer uma melhor experiência no Service Defined Wi-Fi. Durante este novo momento, 35 empresas vão trabalhar em conjunto com a Qualcomm para que a casa inteligente com tecnologia Qualcomm funcione de maneira adequada e sem transtornos.
A ideia central é criar soluções que funcione, mas que, ao mesmo tempo, tenha um custo reduzido. Como comparação, a empresa exibiu que o hardware fruto desta parceria já consome 88% menos energia. Além disso, a empresa também quer dispositivos alimentados por baterias, eliminando o uso de energia elétrica. Desta forma, a empresa quer produtos mais acessíveis, manutenção e instalação mais barata.
Uma das tecnologias apreciadas durante o evento foi a climatização da residência com base na temperatura detectada pelos sensores inteligentes. Em questão de segurança, foi possível verificar que ao entrar na casa as câmeras acendem luzes e registram qualquer movimento. Outros dispositivos de segurança poderão tomar atitudes em caso de desastres naturais, incêndio, colisões e várias outras situações. Tudo isso foi demonstrado durante o evento.
Conclusão
Casas e edifícios inteligentes têm sido uma grande decepção, mas entregava pouco em termos de uma oferta integrada e fácil de usar. Trabalhar com um provedor de serviços a cabo ou telefonia que adota o conceito Qualcomm de Wi-Fi incentiva os dispositivos IoT a utilizarem as soluções de hardware comuns da Qualcomm deve aumentar o potencial das casas inteligentes. Os avanços e o sucesso do Google Matter ampliam ainda mais esse potencial.
A incorporação de uma nova classe de soluções de IA cada vez mais capazes pode fornecer controle autônomo e garantir melhor os resultados originalmente prometidos pelas casas inteligentes na década de 1970. Acho que demorou um pouco para descobrir o que era necessário para cumprir a promessa. Agora, o mercado aguarda os próximos lançamentos da Qualcomm, e como tudo funcionou, certamente o número de empresas compatíveis tendem a aumentar. Em 2025, haverá uma nova edição do evento Embedded World.