Segurança cibernética

OpenAI bane contas envolvidas em vigilância e influência maliciosa

A OpenAI bloqueou contas que usavam o ChatGPT para atividades maliciosas, incluindo vigilância e campanhas de influência. As redes envolviam manipulação de opinião, golpes financeiros e ameaças à segurança cibernética.

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A OpenAI anunciou recentemente o bloqueio de diversas contas que estavam explorando o ChatGPT para atividades fraudulentas e maliciosas. As redes identificadas utilizavam a inteligência artificial para espionagem digital, influência política e fraudes financeiras, demonstrando um uso cada vez mais sofisticado da IA para propósitos questionáveis.

OpenAI desativa contas por uso indevido da IA

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Uma das operações desmanteladas envolvia uma ferramenta de monitoramento avançada, supostamente desenvolvida na China, que combinava modelos de IA, incluindo o Llama da Meta, para coletar dados sobre protestos anti-China no Ocidente. Essa ferramenta, denominada “Peer Review”, rastreava e analisava postagens em plataformas como X (antigo Twitter), Facebook, YouTube, Instagram, Telegram e Reddit, repassando informações às autoridades chinesas.

Em um dos casos investigados, os agentes utilizavam o ChatGPT para corrigir e aprimorar o código-fonte de um software de vigilância conhecido como “Qianyue Overseas Public Opinion AI Assistant”. A IA também foi usada para pesquisar dados sobre think tanks dos EUA, perfis de políticos na Austrália e Camboja e para traduzir documentos confidenciais.

Redes maliciosas identificadas

A OpenAI também revelou outras operações maliciosas que utilizavam o ChatGPT para diversos fins ilícitos:

  • Fraude em empregos remotos: Um grupo ligado à Coreia do Norte utilizava a IA para criar identidades falsas, produzindo currículos e perfis para enganar empresas no LinkedIn e conseguir acesso a sistemas corporativos sigilosos.
  • Propaganda política disfarçada: Uma rede possivelmente chinesa estava gerando conteúdo em inglês e espanhol para criticar os EUA e disseminar desinformação na América Latina, com publicações em sites de notícias no Peru, México e Equador. Parte dessa atividade estava relacionada ao grupo Spamouflage.
  • Golpes românticos e financeiros: Fraudadores, baseados no Camboja, exploravam o ChatGPT para traduzir e automatizar mensagens em inglês, japonês e chinês em golpes que enganavam usuários de redes sociais como Facebook, X e Instagram.
  • Influência digital do Irã: Um grupo de cinco contas utilizava a IA para produzir postagens e artigos alinhados a narrativas pró-Palestina, pró-Hamas e pró-Irã, ao mesmo tempo em que promovia discursos contra Israel e os EUA. O conteúdo era distribuído por meios ligados à International Union of Virtual Media (IUVM) e Storm-2035.
  • Hackers norte-coreanos: Atores mal-intencionados vinculados ao Kimsuky e ao BlueNoroff usavam o ChatGPT para acessar informações sobre ataques cibernéticos e criptomoedas, além de aprimorar códigos para ataques de força bruta contra servidores remotos.
  • Manipulação política em Gana: Um grupo publicou artigos e comentários em inglês no site “Empowering Ghana” para influenciar a eleição presidencial do país.
  • Fraudes com “tarefas online”: Um grupo, possivelmente do Camboja, promovia golpes prometendo pagamentos por atividades simples, como curtir vídeos ou escrever avaliações, exigindo que as vítimas fizessem pagamentos antecipados.

Aumento do uso de IA em ciberataques

O uso indevido da IA para fraudes e campanhas de desinformação tem crescido de forma alarmante. No mês passado, o Google Threat Intelligence Group (GTIG) revelou que pelo menos 57 grupos ligados a China, Irã, Coreia do Norte e Rússia estavam explorando IA para aperfeiçoar ataques, gerar desinformação e otimizar processos de tradução e localização de conteúdo.

A OpenAI reforçou a importância da cooperação entre empresas de IA, provedores de hospedagem e redes sociais para monitorar e interromper ameaças digitais. A troca de informações entre esses setores pode fortalecer a segurança cibernética global e dificultar a disseminação de campanhas de influência manipulativa.