Com os olhos voltados para a próxima geração de processadores de alto desempenho, a Intel começou a preparar o kernel Linux para lidar com CPUs que ultrapassam os 256 núcleos. A atualização foi apresentada por meio de novos patches que revisam o suporte à Speed Select Technology Turbo Frequency (SST-TF) e ao Performance Profile (SST-PP), em uma nova versão do driver ISST da plataforma x86.
Essas mudanças foram enviadas na forma de patches para o kernel Linux e indicam a chegada do que a Intel chama de SST-TF Revision 2, um aprimoramento necessário para dar suporte a processadores que vão além do limite atual de 256 núcleos por grupo (“bucket”).
Por que essa mudança importa?
A Speed Select Technology permite agrupar núcleos com diferentes capacidades térmicas e de desempenho — o que a Intel chama de buckets. Até agora, o sistema Linux suportava apenas três desses buckets com até 256 núcleos cada. Porém, com a iminente chegada da arquitetura Clearwater Forest, que pode trazer até 288 núcleos, o suporte atual se torna insuficiente.
Para resolver isso, o patch introduz um novo offset chamado SST_TF_INFO-8
, capaz de gerenciar essa nova realidade de hardware. Essa mudança garante que o sistema possa aplicar perfis de frequência turbo adequados, mesmo com a crescente complexidade do número de núcleos por chip.
Melhor visibilidade de desempenho para usuários
Além das alterações na parte de turbo frequência, o SST-PP Revision 2 agora também expõe novas frequências da interconexão interna (fabric), como P0, P1 e PM, acessíveis para usuários e ferramentas de monitoramento. Isso permite um gerenciamento mais refinado de energia e desempenho diretamente a partir do espaço do usuário (user space).
Caminho para CPUs massivamente paralelas
Embora não haja documentação pública detalhada sobre o SST-TF v2, a inclusão no kernel antecipa o suporte a futuras plataformas da Intel e reflete a necessidade crescente por controle térmico e de desempenho granular em servidores e supercomputadores.
Essas mudanças já estão sendo integradas ao kernel Linux e devem aparecer oficialmente nas próximas versões estáveis. É mais um passo importante para garantir que o ecossistema Linux continue preparado para acompanhar a escalada da computação paralela.