O Federal Bureau of Investigation (FBI) concluiu com sucesso uma operação de meses para remover o malware PlugX, também conhecido como Korplug, de 4.250 computadores comprometidos. Essa ação foi parte de uma iniciativa global para combater a espionagem cibernética promovida por agentes vinculados à República Popular da China (RPC).
Malware PlugX e hackers associados
PlugX é um Trojan de acesso remoto (RAT) frequentemente associado ao grupo de hackers patrocinado pelo estado chinês conhecido como Mustang Panda. O grupo, também identificado como BASIN, HoneyMyte e outros codinomes, tem histórico de ataques contra sistemas governamentais e corporativos nos EUA, Europa e Ásia, além de grupos dissidentes chineses.
Desde 2014, o Mustang Panda tem liderado campanhas de hacking em países como Taiwan, Hong Kong, Japão, Índia e muitos outros. Essa variante do PlugX utiliza dispositivos USB como vetor de propagação, permitindo controle remoto de sistemas e roubo de informações sensíveis.
Como a operação foi realizada
A operação teve início em julho de 2024, quando autoridades dos EUA, em colaboração com o Gabinete do Promotor Público de Paris e a empresa de segurança cibernética Sekoia, começaram a mapear as atividades do malware.
A Sekoia identificou um servidor usado pelos hackers com o IP “45.142.166[.]112”. Por apenas US$ 7, a empresa conseguiu assumir o controle do servidor (sinkhole), permitindo o envio de um comando de autoexclusão para apagar o PlugX das máquinas infectadas.
Detalhes da remoção
O comando executado seguiu as etapas abaixo:
- Remoção de arquivos do PlugX armazenados no computador.
- Exclusão de chaves de registro que permitiam a execução automática do malware.
- Criação de scripts temporários para excluir o aplicativo após sua interrupção.
- Encerramento do aplicativo PlugX e exclusão de diretórios criados pelo malware.
Impacto e resultados
O FBI confirmou que a remoção não impactou arquivos legítimos nos dispositivos afetados. Além disso, 59.475 comandos de desinfecção foram enviados a 5.539 endereços IP em 10 países, garantindo uma ampla limpeza de sistemas infectados.
O procurador-geral assistente Matthew G. Olsen destacou a gravidade da ameaça representada pelos hackers chineses:
“Essa infecção demonstra a imprudência e agressividade dos hackers patrocinados pelo estado da RPC.”
A operação marca um avanço significativo no combate ao cibercrime internacional, protegendo milhares de dispositivos contra espionagem e roubo de dados.