Frases pejorativas são muito comuns na maioria dos fóruns pelo Brasil, ao menos foi aonde vi. Pois é, eu particularmente sempre tentei entender o motivo real de tanta discussão, brigas e acho até que se essas pessoas estivessem frente à frente teria até mesmo agressão física.
Você já parou para tentar analisar de onde vem tudo isso? Vamos tentar entender um pouco!
Em primeiro lugar, é preciso voltar no tempo, vamos voltar a pelo menos 12 anos atrás, isso mesmo, um ano antes do Ubuntu surgir. Afinal de contas a Fundação Ubuntu surgiu em 2005, exatamente no dia 08 de julho de 2005.
Até o ano de 2004, a maioria das distribuições já estavam com sites brasileiros e seus respectivos fóruns. A nível humano, sabemos que todos temos a necessidade de reconhecimento, e claro, quem abria estes sites primeiro, ganhava um espécie de status no mundo GNU/Linux brasileiro.
No IRC existia um imenso controle sobre isso, tudo que fossemos fazer tinha que obrigatoriamente passar pela aprovação de alguém e que iria utilizar do famoso “agrado”, ou seja, se EU GOSTAR, fica, se não, sai. Quando alguém pedia ajuda nestes locais, era imediatamente orientado a ir ao Google, sem tempo e nem demora, e se fosse uma pergunta considerada básica, o iniciante sofria bullying de imediato e começaria uma verdadeira zombaria com esse que acabara de chegar, e se o cabeça do grupo endossasse, aí meu amigo seria pior ainda.
Pois é, parecia até que todo mundo já nascia sabendo, e que estes líderes detinham todo conhecimento do mundo.
E aí chega o Ubuntu em 2005, a Fundação Ubuntu começou com o pé direito, além de ter uma organização tremenda por trás, ela foi atrás justamente das pessoas que estavam começando, que queria utilizar o GNU/Linux mas não tinham rumo e nem sabiam por onde começar.
Todo o material que havia disponível na internet muitas vezes era difícil de entender, e aí começa um trabalho genuíno de produção de conteúdo, de treinamentos, de mostrar como o sistema funciona. E a melhor parte, de aproximar as pessoas do Linux, todos os diretores e coordenadores do Ubuntu sempre foram muito próximos de todos os usuários do Ubuntu.
Não sei se você sabe, mas os entusiastas do Ubuntu tem alguns apelidos carinhosos, “ubuntistas”, “ubunteiros” ou “teros”. Pois é, costumo dizer que de fato o Ubuntu trata as pessoas como seres humanos, ao menos este é o objetivo do projeto.
Muitas vezes encontramos líderes em alguns projetos que são verdadeiras tomates podres, mas isso não quer dizer que o projeto não presta, às vezes os problemas estão nas pessoas, e estes acabam contaminando outras.
Passando da fase de inclusão, você pode pensar, mas a Canonical é uma empresa por trás do Ubuntu, e eu lhe digo o Fedora e openSUSE também tem empresas por trás, mas a filosofia é outra, totalmente distinta.
O fato é que o Ubuntu foi aonde ninguém queria ir, investiu pesado enviando CD’s para a casa das pessoas em qualquer parte do planeta, também investiu no launchpad aonde os colaboradores podem enviar seus erros, sugestões e até mesmo traduções para o Ubuntu, uma verdadeira colmeia de ideias, aonde cada abelha faz o seu trabalho afim de chegar a um resultado final, o Ubuntu.
Além disso, cordões de crachá, botons, chapéus, mochilas, camisas e muitas outras coisas eram e são distribuídas, para os fãs da distribuições. Claro, cada um ajudava e ajuda como pode, e isso nunca foi um processo de compra ou cala boca, apenas um presente para as pessoas envolvidas no projeto, eu tenho alguns deles aqui comigo.
Eu já fui líder do Ubuntu-PE, por um curto espaço de tempo, mas deu para perceber tudo isso através da experiência que tive.
Alguns falam que o Ubuntu tem erros, mas todas as distribuições tem erros, se não, não precisaria de bugzilla ou equipe de desenvolvimento. Todas elas possuem equipes de segurança, e diga-se de passagem, quando a Canonical descobre um erro, ela rapidamente corrige e disponibiliza as correção para todos os usuários do Ubuntu.
Também falam de spywares, sim ele existe, na verdade isso gera reboliço porque sempre achamos que malware é somente aqueles que infectam a máquina para fins de destruição, ou assumir o controle dela, o spyware tem acesso as informações do usuário, mas não chega a danificar o computador, isso também é um confusão. Hoje em dia estamos estamos com um spyware em tudo quanto é canto, em telefones, em navegadores, enfim, por toda parte. Mas, de fato em termos de liberdade isso é um problema.
Enfim, eu poderia passar horas e horas por aqui contando um pouco sobre o universo GNU/Linux, Ubuntu e todo o resto, mas eu estou tentando resumir. Eu já cheguei a ir com as Marias, já falei mau também, mas depois pensando bem, estas pessoas estavam ou estão defendendo seus territórios, o que é normal, seria o mesmo que time de futebol, religião, não adianta discutir.
Eu sempre recomendo o usuário testar, nunca dou minha opinião, apenas digo o que eu uso e o motivo. Agora eu espero que você compreenda de onde vem tanta aversão ao Ubuntu, não é nada demais, apenas algumas coisas que foram partilhadas de forma errada, mas hoje em dia essa críticas são menores.
Se você ainda esta indo com as Marias, é bom você se dedicar a sua distribuição preferida, se fizer isso, certamente o seu projeto ou que você participa vai ter muito usuários. Passou o tempo e o Ubuntu só cresceu, em todo lugar tem conteúdo Ubuntu e todos sabemos que é a distro mais popular no Brasil e no mundo.
O MOTIVO: O Ubuntu foi aonde ninguém quis ir!
Como alguém me disse certa vez: “Vamos gastar nossas energias em favor do projeto que se acredita”, seja Ubuntu ou não. O que importa mesmo, é libertar os computadores, mostrar as pessoas que o sistema de Janelas é apenas uma das milhares de opções, e claro, mostrar um pouco sobre as possibilidades de código aberto, e o poder da comunidade, afinal nenhuma das distribuições dependem da vontade de empresas e em todas elas, você pode fazer o que bem quiser com a sua distribuição.
Vamos trabalhar com mais união, em favor do bem comum, da sustentabilidade tecnológica, levar em especial a acessibilidade à todos aqueles que possuem limitações e que são malucos para usar computadores de forma igualitária. O sucesso do mundo Linux depende de todos nós, pensem nisso!