GNU/Linux: muitos tapas, muita guerra e pouco ar! Precisamos respirar!

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Nos últimos meses muitas falas tem surgido em torno de justificar a falta de colaborações voluntárias, a lentidão do movimento no Brasil, problemas em comunidades e por aí vai. Estou fazendo esse artigo em torno do muito que já li, vi e compartilhei. Assim, o silêncio precisa ser rompido e precisamos conversar sobre o assunto.

O que está acontecendo com o Linux no Brasil?

Em mais de 40% do que vi, 2% levando em consideração 117 prints de conversas, entre as mais variadas linguagens, apontaram como culpa o sistema operacional Ubuntu, Linux Mint ou Manjaro. Estes 2% com estes apontamentos partem do Brasil. Porém, muitos esquecem que é preciso levar em consideração a filosofia de que se algo não está bom eu devo reportar, reclamar para que melhore e que eu estou errado ao migrar para outra distribuição, ferramenta ou software por conta de erros.

Então talvez os comentários incensáveis sejam assim uma forma grosseira e uma conexão contextual do famoso “faça o que eu digo e não faça o que eu faço”, em alguns casos porque não um “contra testemunho”, esse efeito de revolta contra as facilidades do Ubuntu e derivados, parte do princípio que todos os usuários do Linux tem interesse em ser desenvolvedor um dia, ou quem sabe algum expert.

É esquisito a filosofia de muitos que se rotulam como parte da comunidade, ganham dinheiro com eventos palestrando sobre Linux, mas nas comunidades são verdadeiros membros desnecessários. Possuem comportamentos reprováveis, especialmente porque usam e abusam do Linux para encher seus bolsos, mas o retorno sempre é algo hostil.

Todos que trabalhamos com sites, sabemos muito sobre os bastidores. Alianças de governos, uma verba aqui ou ali, e o discurso de comunidade se perde. Não é proibido ganhar dinheiro com o Linux, mas deveria ser proibido pressionar usuários, ameaçar e outros comportamentos deploráveis que partem de quem realmente parece estar desesperado.

Mas, há um limite, e esse limite acabou! Como jornalistas, vamos acompanhar de perto o que já sabemos e vamos publicar. Você precisa conhecer e saber sobre quem são as ovelhas e os lobos.

Divisão no mundo Linux

Alguns, em sua maioria, dizem que só querem aprender a “mexer” no Linux. Tal pensamento pode ser considerado um divisor de águas. A essa classe de usuários do Linux há um legítimo interesse em aprender mais sobre a sua distribuição. E assim querem tão somente saber como manuseá-la e não como ser um programador ou algo do tipo. Querem ajudar a quem está chegando. E assim, formar uma verdadeira corrente, que na verdade deve ser o sentido real de “comum unidade”.

Você pode, por exemplo, gostar muito de pizza e não ser um pizzaiolo. Você não precisa ser um expert em tudo o que você gosta ou consome. Mas, precisa ter disposição de vontade de sempre buscar o melhor e contribuir para o gigante processo de melhoria de tudo que utilizamos. Até porque isso é uma regra básica, não é?

Afinal, porque será que hoje em dia todos os aplicativos possuí avaliações? Advinha? Não é para enfeitar o layout, é para saber onde melhorar. Mas para isso alguém precisa reportar o que pensa.

Linus Torvalds, em seu conceito de liberdade nunca publicou em nenhum momento que tal usuário deve USAR aquela ou essa distribuição, por isso, há uma liberdade e opções para escolher entre os mais variados “sabores”. Afinal, essa é a pauta centro da existência do Linux.

A culpa é do Ubuntu

Podemos concluir que a culpa não é do Ubuntu, ou do Linux Mint ou seja qual for a distribuição. A culpa em partes, vem de alguns usuários que querem impor ao Linux dificuldades e metologias, e assim continuar sendo para poucos ou para insistentes. Porém, esquecem que o usuário iniciante já

O outro lado da moeda onde entra os 60% restantes é a famosa colaboração. Você já parou para pensar que a maioria do trabalho em torno das comunidades do GNU/Linux, que seriam softwares e distribuições precisam de ajuda? Que faltam tradutores, doações, até envio de relatório de erros, artes, diagramação e muitas outras áreas que necessitam de alguém para fazer. Pois é, falta, e quem muito bate apenas contribui para uma destruição de comunidades.

Download não paga servidores

Sim, você sabia que download não paga servidores? Se sim, alguns parece que não! Manter um site requer custo com servidor, domínio e mais algumas ferramentas necessárias. Não estou orientando ninguém a fazer doação, nem tão pouco dizendo que este é o grande problema, mas é preciso atentar que quem começou com o Linux há mais de 20 anos atrás por exemplo, já está ficando cansado, por conta das leis da natureza, o que chamamos de velhice.

Todos os dias temos inúmeros usuários novatos no mundo GNU/Linux. E como vai ficar esse futuro? Como vai ficar o Brasil em torno disso? Vejo muitas mãos levantadas, mas poucas estão dadas para fazer algo em favor, além de textos agressivos para fim de monopolizar ou até desestimular quem está tentando fazer algo em especial na sua pequena cidade. Quer um exemplo? Porque será que algumas distribuições brasileiras “famosas” descontinuaram suas atividades? Você acha mesmo que foi apenas questões de tempo e financeiras? Você não sabe de nada.

Softwares proprietários e empresas

Será mesmo que são as grandes empresas de softwares proprietário que estão sufocando o Linux? Será que esse ou aquele diagnóstico sobre problemas e uma certa transferência de culpa é de fato a solução? A quem diga ainda que textos difamando distribuições que na verdade não tem corpo e nem sentimentos são criados por pessoas frustradas e que certamente queriam ocupar os famosos destaques comunitários. Quanto a isso não posso endossar, mas fico pensativo partindo do ponto psicológico de um humano fracassado. Inclusive esse parágrafo parece até papo de comadre, o pior que parece mesmo e até é.

O que “ainda” dá para fazer?

Em resumo, até porque não quero me estender, o problema está na cabeça das pessoas que criam barreiras que não existem. Também vem do pensamento que comunidade são os desenvolvedores, o que não é verdade. A partir do momento que você usa aquele aplicativo/sistema você faz parte daquela comunidade, como usuário, e a partir daí vem o interesse em ajudar outros usuários ou não, mas faz parte do mesmo jeito.

Seria muito triste se as comunidades brasileiras que ainda existem, parassem os trabalhos com seus usuários nos mais variados fóruns. É hora de arregaçar as mangas, ajudar as comunidades que servem o GNU/Linux à você, ajudar como puder, mas colabore. Isso é importante para manter a sintonia e o andar da comunidade.

É preciso levar o GNU/Linux mais a sério, ou nós brasileiros vamos ter problemas sérios com isso no futuro. Um conselho, faça a sua parte, mas só faça se gostar da comunidade ou do aplicativo que você usa. Respeite limites, a opinião do outro, mas não concorde com tudo. Faça uma análise daquilo que você acha essencial e construtivo, o que não for construtivo descarte. Partindo do princípio comum unidade, quando eu falo mal da comunidade que estou inserido, na verdade eu não faço parte dela e ainda eu estou falando mal de mim mesmo.

Estamos precisando de uma reforma, não nos aplicativos ou sistemas que já recebem suas atualizações, mas de como devemos olhar tudo isso daqui para frente, e essa mudança não depende de líderes das comunidades, depende de nós.

Desta forma, antes de sair por aí batendo em usuários iniciantes, recém-saídos do Windows, lembre-se que você já foi um deles. Além disso, imagine um cenário onde projetos como GNOME, KDE, LibreOffice, Firefox simplesmente fechassem as portas. Assim, fique atento, cuide da comunidade que você apoia e juntos vamos conseguir manter o Linux vivo no Brasil.

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