A IBM, dona da Red Hat, forneceu sua tecnologia ao nazismo. Hoje, aquela máquina antiga do tamanho de um forno microondas exibida no Holocaust Memorial, em Washington parece inofensiva. Mas, para aquele ano terrível e sombrio foi essencial. Segundo um dos processos judiciais mais importantes, a acusação diz que a IBM facilitou a perseguição e o genocídio.
Mas, as ações judiciais surgem por todos os lados, todas repletas de detalhes e materiais importantes. Um dos pontos é que o Terceiro Reich usou todo o potencial de processamento de dados fornecido pela IBM.
Como dito antes, as ações sempre surgem quando um novo livro contando este lado sombrio da IBM é lançado. Afinal, qualquer ser humano ficaria altamente transtornado lendo sobre o nazismo e ainda mais sobre a ajuda que a IBM deu, e pelo visto ainda ou nunca saberemos toda a verdade. Mas, engana-se que as ações são tão somente para indenizar, mas para esclarecer, as famílias ainda esperam a verdade.
Nos últimos anos, as vítimas do Holocausto conseguiram indenizações importantes, mas não o suficiente para apagar todo um passado. Afinal, a morte de inocentes nunca será bem vista em nenhum lugar do mundo, sob nenhuma justificativa. Além disso, por maior que sejam as indenizações também não vão apagar os sofrimento das famílias.
Quem cala consente?
A IBM, por sua vez, quando procurada para comentar todos os livros que revelam o esquema de apoio ao nazismo não comenta o assunto. Mas, com um tom esquisito, costuma dizer que não é novidade o uso de tais máquinas.
Como centenas de empresas estrangeiras que faziam negócios com a Alemanha naqueles tempos, a Dehomag caiu sob o controle de autoridades nazistas antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
Disse Carol Makovich, porta-voz da IBM.
Nesta ação, os sobreviventes de campos de concentração pedem reparação da IBM com base nos altos “lucros obtidos por suas violações à lei internacional”. Além disso, querem que a IBM torne público todo os documentos sobre o período.
Em resposta, a IBM disse que já doou todos os documentos que tinha para as universidades de Nova York e de Hohenheim, em Stuttgart (Alemanha).
IBM e a proteção de lucros durante o nazismo
Segundo os advogados, Thomas Watson, presidente da IBM de 1915 a 1956 e outros grandes executivos da IBM nada fizeram para impedir o uso de sua tecnologia. Além disso, os advogados disseram que a IBM queria tão somente proteger seus lucros.
Porém, segundo fontes, a IBM sempre tratou a questão como quem não sabia. Segundo terceiros, a IBM sempre trouxe essa justificativa, a que não sabia que a sua tecnologia estava sendo usada no nazismo. Mas, nesta ação judicial, os advogados dizem os executivos sabiam ou deveriam saber, pois a companhia usava mais o sistema de leasing do que o de vendas.
Além disso, a IBM fazia regular manutenção em suas máquinas. As máquinas IBM foram utilizadas nos censos alemães de 1933 e 1939, nas organizações de operações civis e militares. Mas, outros documentos anexados a este processo, as máquinas também foram utilizadas para administração dos campos de concentração.
A Deutsche Hollerith Maschinen Gesellschaft, como a Dehomag era conhecida, foi fundada por Willy Heidinger em 1910 para explorar a tecnologia inventada pelo norte-americano Hermann Hollerith. A Primeira Guerra deixou a Dehomag afundada em dívidas, dando à IBM -então chamada de Computing Tabulating Recording Company- a oportunidade de comprar 90% de suas ações.
Depois disso, a tecnologia de Hollerith foi controlada pela IBM norte-americana. Não há provas de que os executivos em Nova York ordenaram que a tecnologia fosse fornecida aos alemães sabendo que seria usada em campos de concentração nazistas.
Quando a Dehomag inaugurou uma fábrica em Berlim, em 1934, porém, Heidinger fez um discurso em que disse orgulhar-se de ter dado a Hitler informações úteis para realizar “intervenções corretivas” e prometeu “seguir suas ordens cegamente”.
Em nome do lucro, gigantes como IBM, Siemens e Coca-Cola usaram mão-de-obra escrava e venderam a tecnologia que possibilitou o Holocausto.
Por fim, existem vários livros sobre a IBM ter apoiado o nazismo com riqueza de detalhes e algumas provas. Mas, mesmo as vítimas relatando com detalhes a participação da IBM, segundo fontes faltam provas materiais que não estão presentes ou citadas nos arquivos que a IBM forneceu.