IBM Comprou a Red Hat Software: não há medo, exceto o de si mesmo

Maddog

Como todos já sabemos, a IBM comprou a Red Hat Software. Até onde isso influencia no cenário atual e futuro de Software Livre, Linux, OpenSource e afins?! Confira no post IBM Comprou a Red Hat Software: não há medo, exceto o de si mesmo.

IBM aliada do Linux

A Internet está agitada com as notícias, e muitas das pessoas que trabalharam e usaram a Red Hat nos últimos 25 anos estão lamentando a “queda” de sua amada companhia e software.

Eu entendo como eles se sentem.

  • A primeira empresa em que trabalhei, a Aetna Life and Casualty, é muito menor do que costumava ser por várias razões econômicas.
  • O colégio em que eu lecionei, Faculdade Técnica Estadual de Hartford, foi fundido com as faculdades comunitárias estaduais e nem é mencionado hoje.
  • A Bell Laboratories renomeou a Lucent e se separou da maior empresa de telefonia do mundo, comprada pela Alcatel, depois pela Nokia.
  • Digital Equipment Corporation (DEC), uma vez que a segunda maior empresa de computadores do mundo foi comprada pela Compaq, depois pela HP.
  • SGI (quem trabalhei por um breve momento) se foi.

Acredite em mim, eu conheço a dor. No entanto, a IBM é amiga do Linux há muito tempo.

Como a IBM vê o “Mercado Linux”?

Já em 1998, a IBM disse que iria apoiar o Linux. Por outro lado, da mesma forma, a Microsoft estava no auge e chamou o Linux de “um vírus e um câncer”.

Ainda me lembro dos anúncios da IBM no início dos anos 2000, divulgando o Linux na TV e em revistas. Eu me lembro do garotinho de cabelos brancos que representava o Linux e como “no local” os anúncios da IBM eram.

Em 2001, todos aplaudiram quando a IBM anunciou que havia investido um bilhão de dólares no Linux. A empresa lucrou dois bilhões com esse investimento.

Fui convidado para Austin, Texas, por Daniel Frye, vice-presidente de código aberto da IBM, quando Lou Gerstner Jr. (CEO da IBM) escreveu o memorando que fez do Open Source um ponto focal da IBM.

Lou escreveu que, no passado, a IBM só fazia produtos de código fechado, a menos que alguém defendesse que o produto fosse de Código Aberto. Porém isso se inverteu. No futuro, a IBM faria produtos Open Source, a menos que alguém defendesse que o produto fosse de código fechado.

Sendo da DEC, e sabendo como os engenheiros costumavam passar pelo desafio legal e comercial quando queriam fazer um produto Open Source, eu entendi o poder desse memorando de Lou.

Lembro-me daquele dia em Austin. Dan me perguntou se a comunidade Open Source teria medo de a IBM se interessar ativamente pelo Linux. Eu disse a ele que algumas pessoas teriam. No entanto, as personalidades que eu respeitava (Linus, Alan Cox, David Miller e outros) gostariam muito do envolvimento da IBM no Linux, GNU e Open Source.

E sob o ponto de vista do Software Livre?

Eu me lembro quando as pessoas deixaram o projeto Linux porque “outras pessoas estavam ganhando dinheiro com o trabalho que eu faço”. Esta foi e é uma atitude errada. Você escreve Software Livre por qualquer motivo. O fato de outras pessoas ganharem dinheiro com isso não é uma preocupação. Desde que elas obedeçam à licença sob a qual você as escreveu.

A IBM tem defensores do Código Aberto em todo o mundo. A compra deve aumentar a exposição da Red Hat para ainda mais pessoas. Assim, a Red Hat poderá ser usada em oportunidades bem maiores de nível comercial.

As declarações que li das duas empresas afirmam que a Red Hat ainda será uma divisão autônoma da IBM. Veremos se isso é verdade. Contudo, é um bom sinal que Jim Whitehurst permaneça no comando da Red Hat. Ele se juntará à equipe executiva da IBM.

No início, a IBM contratou muitos desenvolvedores de software livre, mesmo para projetos não diretamente voltados para a linha de negócios. Eles deram suporte ao Apache e muitos outros projetos de código aberto. Eles foram patrocinadores de muitas conferências sobre Open Source. A IBM até tem uma linha de servidores chamada “LinuxONE”, que promete segurança, escalabilidade e velocidade.

Não posso prever o futuro. Porém, o passado é exemplo de respeito e amor da IBM pelo Linux. Então, a Red Hat deveria estar confiante neste futuro.

Carpe Diem.

Tradução livre e integral de post realizado na Linux Magazine Pro.

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