O MATE é um ambiente de desktop derivado do GNOME. Foi criado devido a mudança “agressiva” de visual do seu sucessor, GNOME 3, que não agradou a todos. Acompanhe os detalhes no post Mate: a continuidade do clássico.
Pode ser descrito como a continuação do GNOME 2, com os recursos do GNOME 3. Porém, com o visual intuitivo e tradicional de sua versão anterior. Além disso, utiliza somente a biblioteca GTK+ 3 desde a versão 1.18.
O nome vem da planta sul-americana erva-mate e o chá feito a partir da erva, mate (chimarrão).
Originalmente, o nome utilizava todas as letras maiúsculas para seguir a nomenclatura de outros ambientes de desktop de Software Livre, como KDE e LXDE.
O acrônimo recursivo retroacrônimo “MATE Advanced Traditional Environment” foi posteriormente adotado pela maioria da comunidade MATE, novamente no espírito do Software Livre como GNU (“GNU’s Not Unix!” ).
O uso de um novo nome, em vez do GNOME, evita conflitos de nomeação com componentes GNOME 3.
Nos bastidores da criação
O projeto GNOME foi criado em 15 de agosto de 1997 pelos mexicanos Miguel de Icaza e Federico Mena Quintero, como uma resposta ao Windows 95.
O projeto KDE já estava em andamento, mas para ser usado ou desenvolvido era necessário instalar o Qt, um conjunto de ferramentas que na época não tinha uma licença livre.
Miguel de Icaza descartou a ideia de reimplementar a API do Qt usando software livre porque projetos análogos, como o GNUstep, Wine e LessTif, mostravam um progresso muito lento.
Antes da criação do GNOME, Miguel e Federico tinham tentado colaborar com o GNUstep, mas desistiram por considerar sua comunidade desorganizada, e seu código cheio de erros.
A plataforma de desenvolvimento aproveitou e aprimorou o GTK, um conjunto de ferramentas usado pelo editor de imagens GIMP, em cujo desenvolvimento Federico Quintero estava também envolvido.
Miguel de Icaza ficou muito impressionado com a arquitetura COM quanto passou por uma entrevista na Microsoft, e o reflexo foi o desenvolvimento da biblioteca Bonobo, incorporada ao GNOME 1.4.
Além de permitir o reaproveitamento de componentes de software, o Bonobo colaborou para que o desenvolvimento de aplicativos para o GNOME pudesse ser feito com qualquer linguagem de programação.
Outra característica da plataforma de desenvolvimento do GNOME é ser completamente escrita em C, o que também facilita a criação de bindings para outras linguagens de programação.
A plataforma de desenvolvimento do GNOME é escrita principalmente nas linguagens de programação C, C++, Javascript, Python e Vala.
Toda a plataforma de desenvolvimento do GNOME usa a licença GNU Lesser General Public License(GPL), uma licença livre que permite a utilização da plataforma GNOME por software proprietário.
Gnome 2
O lançamento do GNOME 2.0 marcou uma guinada nos rumos do projeto, que passou a enfatizar a usabilidade em vez da configurabilidade.
A plataforma foi quase inteiramente reescrita, trazendo várias melhorias como melhoria de desempenho, melhor internacionalização (usando Unicode internamente), suavização da renderização de fontes, e principalmente a estreia de sua plataforma de acessibilidade.
Gnome 3 – O Divisor de Águas
Anteriormente, o GNOME usava a metáfora tradicional da área de trabalho. Porém, no GNOME 3 isso foi substituído pelo GNOME Shell.
Uma metáfora mais abstrata em que a alternância entre diferentes tarefas e áreas de trabalho virtuais ocorre em uma área separada chamada Visão Geral (Overview).
Além disso, como o Mutter substituiu o Metacity como gerenciador de janelas padrão, os botões minimizar e maximizar não aparecem mais por padrão.
A barra de título, a barra de menus e a barra de ferramentas são substituídas pela barra de cabeçalho. Isto por meio da “Decoração do lado do cliente”(Client-Side Decoration – CSD).
Adwaita substituiu o Clearlooks como o tema padrão. Muitos aplicativos principais do GNOME também passaram por reformulações para fornecer uma experiência de usuário mais consistente.
Devido a mudança “agressiva” de visual e de usabilidade do GNOME 2 para o GNOME 3, vários usuários criticaram a nova versão. Entre eles, estava Linus Torvalds. Assim, fez surgir o ambiente MATE como uma alternativa ao GNOME 3.
As grandes mudanças na versão 3 inicialmente provocaram críticas generalizadas.
O ambiente de desktop MATE foi bifurcado a partir da base de código do GNOME 2. A intenção era manter a interface tradicional do GNOME 2. Assim, deixando compatível com a moderna tecnologia Linux, como o GTK + 3.
Mate: a continuidade do clássico
A equipe do Linux Mint abordou a questão de outra maneira ao desenvolver o Mint GNOME Shell Extensions. Este funcionava em cima do GNOME 3. Além disso, permitia que ele fosse usado pela metáfora tradicional da área de trabalho.
Isso eventualmente levou à criação da interface de usuário do Cinnamon. Esta foi bifurcada a partir da base de código do GNOME 3.
Mate e o Ubuntu.
Ubuntu MATE é uma distribuição livre e de código aberto Linux que é derivado do Ubuntu.
Sua principal diferença do Ubuntu oficial é que ele usa o ambiente de desktop MATE como sua interface padrão. Portanto, tem como base o GNOME 2 e foi usado para versões do Ubuntu anteriores à 11.04. Serviu para substituir o Unity que era a interface de usuário padrão para o desktop do Ubuntu. Ou a GNOME Shell usada a partir da versão 17.10.
O projeto MATE Ubuntu foi fundado por Martin Wimpress e Alan Pope. Então, começou como um derivado não oficial do Ubuntu.
Usando uma base Ubuntu 14.10 para sua primeira versão; a versão 14.04 LTS foi lançada em seguida.
Em fevereiro de 2015, o Ubuntu MATE ganhou o status de sabor oficial do Ubuntu da Canonical Ltd.. Isso ocorreu no lançamento do 15.04 Beta 1.
Além de IA-32 e x86-64, que eram as plataformas iniciais suportadas, Ubuntu MATE também suporta:
PowerPC e ARMv7 (no Raspberry Pi 2 e 3).
Em abril de 2015, o Ubuntu MATE anunciou uma parceria com a revendedora britânica de computadores Entroware.
Permitindo que os clientes da Entroware comprassem desktops e laptops com o Ubuntu MATE pré-instalado com suporte total.
Vários outros acordos de hardware foram anunciados posteriormente.
Mate: a continuidade do clássico na atualidade
Em uma avaliação de maio de 2016, Jesse Smith, da DistroWatch, concluiu:
apesar dos meus problemas iniciais para instalar o Ubuntu MATE e deixá-lo funcionando sem problemas, tive uma impressão positiva da distribuição. O projeto está fornecendo uma experiência de desktop muito amigável que requer poucos recursos de hardware pelos padrões modernos. Eu também quero tirar o meu chapéu ao tema padrão usado no Ubuntu MATE, disse ele.
A partir de agosto de 2017, o Ubuntu MATE ficou em 24 no ranking do DistroWatch de 6 meses.