A transformação digital, que já vinha acontecendo em passos lentos, foi potencializada no mundo inteiro pela pandemia do Covid-19. Mauricio Suga, diretor de Tecnologia da Logicalis destaca que “Mudamos a maneira como trabalhamos e entendemos o local de trabalho, como gerimos e nos relacionamos com equipes e, também, revisitamos as prioridades de investimentos organizacionais, sejam elas de curto ou longo prazo”.
Ele aponta que a digitalização é uma das prioridades para o futuro. Além disso, cita um levantamento realizado pela Deloitte sobre as expectativas e intenções dos líderes empresariais para o ambiente de negócios no Brasil. Segundo os dados da pesquisa “62% dos respondentes consideram que a meta das empresas para 2021 é assumir uma mentalidade mais digital, focada em estratégias e gerar, assim, mais valor”.
Suga destaca que a pandemia também alterou a visão de digitalização. E que “a queda de importantes barreiras culturais e alterações na infraestrutura tecnológica necessárias para o atendimento das demandas emergenciais decorrentes da crise criaram uma base para uma ‘nova digitalização’, com novos pilares de negócio”. Por isso o diretor de Tecnologia da Logicalis aborda abaixo, cinco grandes tendências, segundo ele, fundamentais para esse novo modelo.
Primeira e segunda grandes tendências
Suga destaca o regime híbrido de trabalho como essa primeira grande tendência. “Uma pesquisa da Robert Half de 2020 mostra que 89% dos executivos pretendem voltar aos escritórios, mas vão permitir que suas equipes continuem trabalhando de casa ao menos parte da semana. Ao mesmo tempo, outro levantamento da consultoria mostra que 86% dos funcionários de empresas gostariam de continuar trabalhando remotamente. Nesse regime híbrido, o modelo operacional, outrora centralizado em locais físicos, passa a ser distribuído, gerando desafios e oportunidades em toda a cadeia de valor”.
Segundo ele, no âmbito interno, “essa mudança de comportamento impõe o desafio de proporcionar uma experiência melhor e mais positiva aos seus colaboradores e um olhar mais atento em toda a cadeia para a preservação da cultura organizacional, proteção de dados e eficiência operacional”. Todavia, no âmbito externo “a mudança do físico ao digital abre novos mercados consumidores e uma enorme oportunidade de crescimento de negócios em uma escala completamente diferente dos modelos tradicionais limitados geograficamente”.
“Essa nova realidade é o contexto ideal para a aceleração do que coloco como segunda tendência: nuvem”. Suga destaca que, o que se espera para os próximos anos é que essa tecnologia amadureça ainda mais nas empresas. “Na América Latina, de acordo com estudos recentes da Accenture, 97% das companhias pesquisadas avaliam que a nuvem é um componente crítico para atingir seus objetivos de negócios, e mais da metade dos entrevistados afirmam que 75% de seu fluxo de trabalho já é feito em sistemas na nuvem”.
“É importante também compreender que com a maturidade alcançada pelas empresas, o conceito de cloud também evolui”, destaca. “Antes vista mais como infraestrutura, a visão do que entendemos por nuvem mudou para serviços de alto valor que proporcionam inteligência de dados, automatização, mobilidade, segurança e experiência ao usuário”, acrescenta.
Terceira e quarta grandes tendências
Como terceira tendência o diretor de Tecnologia traz a automatização em grande escala. “O uso de tecnologias de machine learning, inteligência artificial (IA) e RPA (Robotic Process Automation) devem ampliar a automatização em todos os níveis das organizações para diminuir os impactos de riscos operacionais, acelerar os processos de trabalho de maneira a adequar-se aos tempos requeridos nos meios digitais e gerar cada vez mais dados confiáveis para um processo ágil de tomada de decisão”.
“Uma operação distribuída com infraestruturas em nuvem e automatizada traz grandes desafios na segurança, proteção de dados e continuidade dos negócios”. Assim, o diretor coloca como quarta grande tendência a mudança nas estratégias de segurança.
“Com as novas características, as estratégias baseadas em proteção de perímetros deixam de ser eficazes. A segurança deixa de ser baseada em “onde” e passa a se importar mais em “quem” e “o que” se pode acessar. O uso de tecnologias de gestão de identidades e análises de comportamento para identificação de anomalias baseadas em IA devem ganhar uma adoção expressiva. Adequação às normas como a LGPD dentro deste novo contexto, também impulsionarão essa mudança”, destaca.
Quinta grande tendência
A quinta e última tendência destacada pelo diretor de Tecnologia é o 5G. Ele destaca que “colocando essa perspectiva em números, no Brasil, nesta nova década, a chegada do 5G poderá impactar 100 bilhões de dólares no PIB do País, segundo a Anatel e a KPMG. Nestes números não estamos falando apenas de usuários de telefonia móvel, mas principalmente de serviços que farão uso das características da tecnologia como: baixa latência, capacidade de transmissão, suporte a bilhões de dispositivos e segmentação por tipo de serviço (slicing). O 5G ainda viabilizará nos próximos anos o uso massivo de soluções de IoT e a criação de redes móveis privadas de comunicação, sendo um dos principais pilares para a transformação digital de diversas indústrias”.
“Estas tendências serão alavancadas por movimentos importantes de mercado que ocorrem paralelamente no Brasil”. Por fim, Maurício Suga diz que “a pandemia e todos seus efeitos trouxeram à tona uma nova realidade digital que vai perdurar pelos próximos anos… e o mundo digital é um oceano de possibilidades para aqueles que serão capazes de colher os bons frutos do uso de tecnologia nos mais variados mercados”, finaliza.