O Modo IA do Google acaba de passar por uma transformação significativa. Durante o último ciclo de atualizações, a empresa revelou novidades que elevam a busca com inteligência artificial a um novo patamar. O destaque fica por conta do lançamento do Gemini 2.5 Pro e da funcionalidade Deep Search, ambos disponíveis inicialmente para assinantes da plataforma. Além disso, a gigante anunciou que o recurso de agente de IA que realiza chamadas para empresas será liberado para todos os usuários nos Estados Unidos.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes como funcionam essas novas ferramentas, quais são suas implicações para o uso cotidiano da busca, e o que elas significam para o futuro do Google – inclusive aqui no Brasil.

O que há de novo para assinantes: a busca turbinada
Gemini 2.5 Pro: o cérebro por trás da nova busca
O Gemini 2.5 Pro é a nova versão premium do modelo de linguagem do Google, utilizado dentro do Modo IA do Google. Este modelo se destaca por suas capacidades aprimoradas de raciocínio lógico, compreensão contextual, matemática avançada e programação. Trata-se de uma evolução significativa em relação aos modelos gratuitos, capaz de lidar com tarefas mais complexas e personalizadas.
Uma das novidades práticas para os usuários é o seletor de modelos. Essa funcionalidade permite alternar entre o modelo “Padrão” e o Gemini Pro conforme a complexidade da tarefa, oferecendo maior controle sobre os resultados gerados. Com isso, o usuário pode decidir quando deseja investir mais poder computacional (e, consequentemente, obter respostas mais precisas e profundas).
Deep Search: a busca que vira um relatório completo
Já a Deep Search é uma revolução na forma de pesquisar informações. Em vez de entregar apenas links rápidos e trechos resumidos, a Deep Search executa centenas de buscas em paralelo para gerar um relatório denso, contextualizado e com fontes citadas.
Esse recurso é ideal para quem precisa de respostas realmente aprofundadas — seja para projetos acadêmicos, decisões profissionais, análises de mercado, comparações de produtos ou estudos de temas complexos.
Ao invés de navegar por dezenas de páginas, o usuário recebe um resultado que compila, analisa e apresenta uma visão ampla e curada, reduzindo o esforço de pesquisa e aumentando a confiança nas respostas.
A IA que faz ligações por você (e agora para todos)
Outra novidade marcante anunciada pelo Google é a liberação, para todos os usuários nos EUA, do recurso de chamadas por IA, baseado na evolução do Google Duplex. A funcionalidade permite que um agente inteligente entre em contato com empresas em nome do usuário, realizando tarefas como confirmar preços, verificar disponibilidade de produtos ou agendar serviços.
A interação é simples: o usuário responde a algumas perguntas diretas, como o tipo de serviço desejado, localização, faixa de horário ou até informações sobre o animal de estimação (no caso de pet shops, por exemplo). Com base nessas informações, o assistente de IA realiza a ligação, conversa com o atendente e retorna a resposta ao usuário.
Trata-se de uma aplicação prática e acessível de IA conversacional, com potencial de economizar tempo e reduzir atrito em tarefas rotineiras.
A nova divisão na experiência de busca do Google
A adoção de um modelo de assinatura para acessar os recursos mais avançados da Busca com IA do Google marca uma mudança estratégica importante. Com o lançamento do Gemini 2.5 Pro e da Deep Search, o Google cria uma divisão clara entre o que está disponível gratuitamente e o que exige pagamento por meio dos planos Google AI Pro e, futuramente, AI Ultra.
Essa abordagem levanta questões sobre o acesso igualitário à informação, especialmente quando recursos como a Deep Search oferecem um nível de compreensão e contexto que podem influenciar decisões importantes.
Enquanto isso, concorrentes como a Microsoft, com o Bing Chat Copilot, e startups como a Perplexity AI, seguem uma linha de oferecer IA avançada de forma gratuita ou com menor limitação, ao menos por enquanto.
A tendência, no entanto, indica que o mercado caminha para serviços premium baseados em IA, com benefícios mais evidentes para quem puder pagar.
E para o Brasil? Quando podemos esperar esses recursos?
Como de costume, o lançamento inicial das novas ferramentas do Modo IA do Google será nos Estados Unidos. A empresa não anunciou um cronograma oficial para a chegada ao Brasil, mas se mantido o padrão de atualizações anteriores, é possível que vejamos testes ou lançamentos parciais ao longo dos próximos meses.
O suporte ao idioma português e a adaptação ao mercado brasileiro são fatores que influenciam esse prazo. Além disso, a complexidade de funcionalidades como chamadas por IA e busca profunda pode exigir parcerias locais e ajustes específicos para funcionar bem em outros contextos.
Ainda assim, com o avanço da estratégia do Google para transformar sua busca com IA, é provável que o Brasil seja incluído no roadmap de expansão global, especialmente devido à sua relevância como mercado tecnológico.
Conclusão: o futuro da busca é inteligente, mas terá um custo?
A chegada do Gemini 2.5 Pro, da Deep Search e das chamadas por IA sinaliza um novo capítulo na história da busca com inteligência artificial do Google. Com ferramentas cada vez mais capazes de interpretar, agir e entregar resultados personalizados, o Google aposta em uma experiência de busca transformadora — mas que agora começa a ter um custo.
Essa divisão entre o que é gratuito e o que exige assinatura cria um cenário em que informações mais profundas e personalizadas estarão disponíveis apenas para quem pagar por isso. A questão que fica para os usuários é: vale a pena pagar por uma busca com superpoderes de IA?
A discussão está aberta. Deixe sua opinião nos comentários: o que você acha dessa nova direção do Google?