Novo malware Xenomorph para Android tem como alvo clientes de 56 bancos

Mais de 50 mil dispositivos Android foram infectados por um novo malware chamado Xenomorph. Distribuído pela Google Play Store, o novo malware Xenomorph para Android tem como alvo clientes de 56 bancos.

Ainda em estágio inicial de desenvolvimento, o Xenomorph tem como alvo usuários de dezenas de instituições financeiras na Espanha, Portugal, Itália e Bélgica.

Pesquisadores da empresa de prevenção de fraudes e crimes cibernéticos ThreatFabric, analisando o Xenomorph. Eles encontraram um código semelhante ao trojan bancário Alien. Isso sugere que as duas ameaças estão de alguma forma conectadas: ou Xenomorph é o sucessor de Alien ou um desenvolvedor está trabalhando em ambos.

Semelhanças de código entre Xenomorph e Alien (ThreatFabric)

Os trojans bancários como o Xenomorph visam roubar informações financeiras confidenciais, assumir contas, realizar transações não autorizadas e os operadores vendem os dados roubados a compradores interessados.

Novo malware Xenomorph para Android tem como alvo clientes de 56 bancos e entrando na Play Store

O malware Xenomorph entrou na Google Play Store por meio de aplicativos genéricos de aumento de desempenho, como o “Fast Cleaner”, que conta com 50.000 instalações.

Esses utilitários são uma isca clássica usada pelos trojans bancários, inclusive o Alien. Isso acontece porque sempre há interesse em ferramentas que prometem melhorar o desempenho dos dispositivos Android.

Para evitar a rejeição durante a revisão do aplicativo na Play Store, o Fast Cleaner está buscando a carga útil após a instalação, para que o aplicativo esteja limpo no momento do envio.

Limpador rápido na Play Store (ThreatFabric)

A ThreatFabric reconheceu o aplicativo como um membro da família “Gymdrop”. Isso surgiu pela primeira vez em novembro de 2021. Desde então, fez o envio de cargas úteis que se apresentam como aplicativos de gerenciamento do Google Play, Chrome ou Bitcoin.

Recursos do xenomorf

A funcionalidade do Xenomorph não está completa neste momento. É que o trojan está em desenvolvimento pesado. No entanto, já representa uma ameaça significativa. Isso porque pode cumprir seu objetivo de roubo de informações e visa nada menos que 56 bancos europeus diferentes.

Por exemplo, o malware pode interceptar notificações, registrar SMS e usar injeções para realizar ataques de sobreposição. Deste modo, ele já pode roubar credenciais e senhas de uso único utilizadas para proteger contas bancárias.

Após sua instalação, a primeira ação tomada pelo aplicativo é enviar de volta uma lista dos pacotes instalados no dispositivo infectado para carregar as sobreposições adequadas.

Para alcançar o objetivo, o malware solicita a concessão de permissões do Serviço de Acessibilidade na instalação. Então, em seguida, abusa dos privilégios para conceder a si mesmo permissões adicionais conforme necessário.

Aplicativo trojanizado solicitando permissões de acessibilidade (ThreatFabric)

Exemplos de comandos presentes no código, mas ainda não implementados, referem-se a funções de keylogging e coleta de dados comportamentais.

Como o relatório ThreatFabric detalha:

Seu mecanismo de acessibilidade é muito detalhado e foi projetado com uma abordagem modular em mente. Ele contém módulos para cada ação específica exigida pelo bot e pode ser facilmente estendido para oferecer suporte a mais funcionalidades. Não seria surpreendente ver esse bot com recursos semi-ATS em um futuro muito próximo.

Em suma, o malware pode adicionar recursos mais atuais a qualquer momento, pois apenas pequenas implementações e modificações de código são necessárias para ativar funções extensivas de desvio de dados.

ThreatFabric avalia que Xenomorph não é uma forte ameaça no momento devido ao seu status “em desenvolvimento”. Com o tempo, porém, poderá atingir todo o seu potencial, “comparável a outros trojans modernos do Android Banking”.

Para evitar o malware Android que se esconde na Play Store, os usuários devem evitar a instalação de aplicativos que carregam promessas boas demais para ser verdade. Verificar as avaliações de outros usuários às vezes pode ajudar a evitar aplicativos maliciosos.

Via BleepingComputer

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Jornalista com pós graduações em Economia, Jornalismo Digital e Radiodifusão. Nas horas não muito vagas, professor, fotógrafo, apaixonado por rádio e natureza.
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