Óculos AR Meta Hypernova: Preço acessível para desafiar o Vision Pro

A Meta aposta em um preço agressivo com seus novos óculos de realidade aumentada para conquistar o mercado que a Apple ainda não conseguiu.

Por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

Durante anos, o sonho de óculos AR Meta voltados para o consumidor parecia inalcançável. O principal obstáculo era o preço. Quando a Apple lançou o Vision Pro por US$ 3.500 (cerca de R$ 18,9 mil), ficou claro que a realidade aumentada estava restrita a um público de nicho, formado por desenvolvedores, entusiastas e empresas dispostas a pagar caro pela novidade.

Agora, surge uma promessa diferente: a Meta, dona do Facebook e do WhatsApp, prepara o lançamento do seu primeiro modelo de óculos de realidade aumentada com codinome Hypernova. O diferencial? Um preço de apenas US$ 800 (cerca de R$ 4,3 mil), menos de um quarto do custo do dispositivo da Apple.

Neste artigo, vamos analisar em profundidade o que já sabemos sobre o Meta Hypernova, o impacto da estratégia de preço, as diferenças em relação ao Vision Pro e o que esse movimento significa para o futuro da tecnologia vestível e do metaverso.

Imagem: Android Authority

O que já sabemos sobre o meta hypernova

O projeto Hypernova é parte da estratégia de longo prazo da Meta para consolidar sua liderança no setor de realidade mista e realidade aumentada. De acordo com informações obtidas por veículos como Bloomberg, o dispositivo deve chegar ao mercado em setembro de 2025, custando US$ 800.

Embora ainda não seja uma solução completa de realidade aumentada, o Hypernova representa o primeiro passo acessível da Meta para colocar essa tecnologia no rosto de milhões de pessoas.

Uma tela no canto do olho

O Hypernova não terá a proposta imersiva do Vision Pro. Em vez de envolver completamente o campo de visão, ele usará um visor monocular no canto do olho.

Esse display exibirá notificações, informações contextuais e dados úteis, mas sem bloquear ou interferir na visão natural do usuário. A ideia é que a experiência seja mais próxima a um heads-up display discreto do que a um mergulho em um mundo digital.

Essa escolha deixa claro que a Meta aposta na praticidade e na integração com o dia a dia, em vez da complexidade de experiências totalmente imersivas.

Controle neural e por toque

Um dos pontos mais inovadores do Hypernova será sua pulseira de controle baseada em eletromiografia (EMG).

A EMG é uma técnica que interpreta sinais elétricos dos músculos, permitindo que movimentos sutis da mão sejam traduzidos em comandos. Na prática, o usuário poderá controlar menus, selecionar aplicativos e executar ações apenas com pequenos gestos.

Além disso, os óculos terão controles por toque nas hastes, garantindo uma segunda opção de interação. Essa abordagem híbrida reflete a tentativa da Meta de criar um sistema de controle natural, intuitivo e não invasivo.

A estratégia do preço: o anti-vision pro

O maior diferencial do Meta Hypernova é o preço. Enquanto o Vision Pro custa US$ 3.500, a Meta planeja vender seus óculos por US$ 800.

Essa estratégia remete ao modelo de negócios de consoles de videogame, onde empresas como Sony e Microsoft já venderam hardware com margens baixas — ou até prejuízo — para ganhar mercado, atrair desenvolvedores e depois lucrar com software e serviços.

No caso do Hypernova, o objetivo é popularizar a realidade aumentada rapidamente, criando um ecossistema antes que concorrentes consigam dominar o setor.

A Meta parece apostar que a acessibilidade será mais importante que a perfeição técnica, e que milhões de usuários satisfeitos com um dispositivo “bom o suficiente” podem valer mais do que alguns milhares pagando caro por uma experiência de ponta.

Android no rosto, mas não como você imagina

Outro detalhe revelado é que o Hypernova rodará uma versão modificada do Android. Mas isso não significa que os usuários terão acesso a uma loja de aplicativos tradicional como a Google Play Store.

Em vez disso, a Meta deve oferecer um ecossistema mais fechado e controlado, com apps e experiências selecionados para garantir consistência e estabilidade.

Essa escolha pode gerar polêmica. Por um lado, garante experiências otimizadas e seguras. Por outro, restringe a liberdade e flexibilidade que o público acostumado ao Android espera.

A questão é se os consumidores aceitarão essa limitação em troca de praticidade e integração profunda com os serviços da própria Meta, como Facebook, Instagram e WhatsApp.

O roadmap da meta: de hypernova a orion

O Hypernova não é o destino final, mas um produto de transição. A Meta tem um roadmap ambicioso para os próximos anos:

  • Hypernova 2 (2027): versão com visão binocular, trazendo uma experiência mais próxima da realidade aumentada completa.
  • Orion (2030): o projeto final, que promete óculos capazes de oferecer uma experiência de RA totalmente imersiva e integrada, concretizando a visão do metaverso da Meta.

Dessa forma, o Hypernova funciona como um laboratório em larga escala, permitindo que a empresa refine tecnologias como a EMG e teste a aceitação do público antes de investir em modelos mais avançados.

Conclusão: a meta está no caminho certo para popularizar a ra?

O Meta Hypernova chega com uma proposta ousada: trocar o deslumbramento técnico pela acessibilidade. Em vez de competir diretamente com o Vision Pro em recursos de ponta, aposta em simplicidade, preço baixo e integração com a vida cotidiana.

Essa estratégia pode ser o que finalmente levará a realidade aumentada ao consumidor em massa, mas também levanta dúvidas. Será que o público verá o Hypernova como um produto inovador ou como uma versão limitada do futuro que já foi prometido?

A Meta aposta que a base de usuários e o efeito de rede compensarão as limitações técnicas. Mas só o tempo dirá se a estratégia dará certo.

Será que a estratégia de preço agressivo da Meta será suficiente para convencer o público? Ou a simplicidade do Hypernova será vista como uma limitação? Deixe sua opinião nos comentários abaixo!

Compartilhe este artigo
Follow:
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista em Android, Apple, Cibersegurança e diversos outros temas do universo tecnológico. Seu foco é trazer análises aprofundadas, notícias e guias práticos sobre segurança digital, mobilidade, sistemas operacionais e as últimas inovações que moldam o cenário da tecnologia.
Sair da versão mobile