Após a publicação das críticas de Malibal em relação ao projeto coreboot, consultorias como a 9Elements e a 3mdeb, a comunidade reagiu de forma intensa. Abaixo, destacamos alguns dos principais comentários e as discussões geradas, que levantaram questões importantes sobre profissionalismo, custo de desenvolvimento e a relação entre empresas e projetos de código aberto.
1. Moderação e relevância da discussão
Logo após a publicação original, a moderação do r/linux removeu a postagem, afirmando que o conteúdo não era relevante para a comunidade, já que se distanciava dos principais tópicos de interesse do subreddit, como o kernel Linux e aplicativos de código aberto. Isso gerou debate sobre o que realmente constitui relevância para esse tipo de comunidade e onde traçar a linha entre discussões técnicas e críticas a empresas.
“As publicações devem seguir o que a comunidade gosta: GNU/Linux, o próprio kernel Linux, os desenvolvedores do kernel ou aplicativos de código aberto…” — linux-ModTeam
Essa posição moderada estabeleceu o tom da discussão e destacou a importância de manter o foco nos temas mais técnicos e relacionados ao código aberto em comunidades como r/linux.
2. Banimento de países e estados inteiros
Um dos pontos mais comentados foi a reação exagerada da Malibal ao banir não apenas empresas, mas países e estados inteiros de suas operações comerciais. Esse comportamento foi amplamente criticado pelos usuários, que questionaram o profissionalismo e a maturidade da empresa.
“Você simplesmente parou de enviar laptops para um país inteiro depois de ter uma má experiência com uma empresa de nicho? Difícil te levar a sério depois de ler isso.” — HonestlyFuckJared
“Esse nível de reação exagerada e imatura fala por si só.” — Lurchi1
A maioria dos comentários seguiu essa linha, apontando que as ações da Malibal pareciam desproporcionais e não condiziam com a postura de uma empresa que busca manter uma reputação sólida no mercado.
3. Custo e profissionalismo no desenvolvimento de firmware
Muitos usuários também abordaram a questão dos custos de desenvolvimento e o papel dos consultores especializados em projetos de código aberto como o coreboot. Vários comentaristas observaram que a Malibal pareceu subestimar os desafios envolvidos no desenvolvimento de firmware, especialmente ao tentar economizar custos.
“Consultores não são instituições de caridade. Às vezes, é mais trabalhoso corrigir o erro de alguém do que começar do zero.” — javasux
“Você parece achar que, por ser um projeto open-source, a comunidade vai construir seu software de graça para que você possa vendê-lo com lucro.” — bellpepper
Esses comentários evidenciam o equívoco de muitas empresas em relação aos custos e desafios técnicos no desenvolvimento de soluções open-source. Além disso, reforçam a importância de contratar consultores qualificados para evitar problemas maiores.
4. Resposta dos envolvidos
Christian Walter, da 9Elements, também se manifestou para esclarecer sua posição, pedindo desculpas por eventuais problemas de comunicação e defendendo a equipe envolvida no projeto. Ele afirmou que a Malibal, em nenhum momento, pagou pelos serviços prestados e que todo o trabalho foi feito como cortesia, sem qualquer contrato assinado.
“Nunca cobramos nada de você e devolvemos o hardware (ou o enviamos para a 3mdeb) sem nenhuma discussão.” — nablahero
Walter também lamentou a postura da Malibal e alertou para a necessidade de profissionalismo ao lidar com consultores e desenvolvedores. Outros membros da comunidade, como Felix Singer e MrChromebox, também fizeram questão de dar suas opiniões, ressaltando a falta de profissionalismo da empresa.
5. O debate continua
A polêmica envolvendo a Malibal, o projeto coreboot e as empresas de consultoria como 9Elements e 3mdeb levanta questões importantes sobre o relacionamento entre empresas e a comunidade open-source. Ao tentar economizar e não valorizar o trabalho de consultores especializados, empresas podem acabar em situações problemáticas, como vimos neste caso.
Os comentários refletem uma ampla crítica ao comportamento da Malibal, desde o banimento de países inteiros até a falta de reconhecimento do valor do trabalho de profissionais altamente qualificados. Este debate também serve como um alerta para outras empresas que queiram se envolver em projetos de código aberto: é preciso profissionalismo, paciência e uma compreensão clara dos custos e desafios envolvidos.