Samsung aposta em joias com IA para o futuro dos wearables

Imagem do autor do SempreUpdate Jardeson Márcio
Escrito por
Jardeson Márcio
Jardeson Márcio é Jornalista e Mestre em Tecnologia Agroalimentar pela Universidade Federal da Paraíba. Com 8 anos de experiência escrevendo no SempreUpdate, Jardeson é um especialista...

A visão futurista da Samsung: menos telas, mais interação. Como a IA transformará anéis, brincos e colares nos nossos próximos dispositivos pessoais.

E se o futuro da tecnologia não estivesse em suas mãos, mas sim em seu pescoço, orelhas ou dedos? Essa provocação desafia o formato tradicional dos dispositivos eletrônicos e está no centro da visão audaciosa da Samsung para os próximos anos: um mundo com menos telas e mais interação natural, onde a tecnologia se torna invisível, íntima e integrada ao nosso corpo, por meio de joias inteligentes movidas por Inteligência Artificial.

Neste artigo, vamos explorar a recente declaração de Woo-Joon Choi, COO da Samsung, que revelou essa direção estratégica para os wearables da empresa. Vamos entender o que são as joias inteligentes com IA, o conceito de computação ambiente, e por que o Galaxy Ring pode ser o precursor de uma revolução tecnológica que promete transformar a maneira como nos conectamos com o mundo digital. Além disso, discutiremos os desafios técnicos, sociais e estéticos envolvidos nessa jornada, que une moda e alta tecnologia.

Essa visão da Samsung surge em um momento de avanços exponenciais na Inteligência Artificial e da crescente demanda por dispositivos que proporcionem experiências digitais menos intrusivas e mais intuitivas. Prepare-se para uma viagem ao futuro dos wearables e da interação homem-máquina.

Galaxy Ring
Imagem: SamMobile

O que a Samsung realmente disse?

Na entrevista concedida recentemente, Woo-Joon Choi, COO da Samsung, reforçou a ideia de que o futuro dos dispositivos vestíveis não está em aparelhos que carregamos na mão ou bolso, mas em tecnologias que são efetivamente vestidas, não carregadas. Em outras palavras, a próxima geração de gadgets deve ser algo que usamos como acessórios do dia a dia — discretos, funcionais e integrados ao corpo.

Ele citou exemplos como óculos, brincos, anéis e colares — formas tradicionais de joias — como plataformas naturais para a incorporação de tecnologia avançada. Esses dispositivos não apenas monitorariam saúde e dados pessoais, mas também permitiriam interações inteligentes e contextuais, ajudando o usuário em tarefas cotidianas de forma invisível e fluida.

Apesar do entusiasmo, é importante destacar que essa visão ainda está em fase exploratória e de pesquisa, e não um anúncio iminente de lançamento. A Samsung está mapeando possibilidades, buscando entender o que faz sentido em termos de usabilidade, design e tecnologia para criar essa nova categoria de wearables inteligentes da Samsung.

Por que joias? A visão de uma computação ambiente

O conceito de computação ambiente (ambient computing) está no coração dessa estratégia. Diferente dos dispositivos tradicionais que exigem nossa atenção e interação direta — principalmente por meio de telas — a computação ambiente propõe que a tecnologia se torne invisível, quase imperceptível, atuando em segundo plano e antecipando nossas necessidades sem esforço consciente.

Nesse cenário, a tecnologia está presente ao nosso redor, integrada a objetos do cotidiano, e responde a comandos naturais, gestos, ou até mesmo ao contexto e comportamento do usuário. Isso permite que passemos menos tempo olhando para telas e mais tempo vivendo o momento.

A aposta da Samsung em joias inteligentes — como o Galaxy Ring — exemplifica essa abordagem. O Galaxy Ring já atua como um hub portátil de dados de saúde, monitorando batimentos cardíacos, níveis de oxigênio no sangue e outras métricas. Como um anel discreto, ele ilustra o potencial de transformar acessórios comuns em dispositivos poderosos, com possibilidades ampliadas graças à IA.

Assim, a computação ambiente Samsung busca criar um ecossistema onde colares, brincos e anéis funcionem como extensões naturais do corpo, permitindo interações rápidas, intuitivas e personalizadas.

A Inteligência Artificial como motor da revolução vestível

Por trás dessa transformação está a Inteligência Artificial, que funciona como o motor que viabiliza a visão de joias com IA. Não basta miniaturizar sensores e conectividade; é preciso que esses dispositivos “pensem”, processem informações, entendam o contexto e respondam de maneira inteligente.

Assistentes de IA avançados, como o Google Gemini — já integrado ao ecossistema Samsung — têm capacidade para interpretar comandos de voz, aprender os hábitos do usuário e antecipar suas necessidades, tudo isso sem a obrigatoriedade de interação via telas.

Imagine um brinco que sussurra direções no seu ouvido enquanto você caminha, um colar que traduz uma conversa em tempo real, ou um anel que controla dispositivos da casa inteligente com simples gestos. Esses casos de uso mostram o potencial das joias inteligentes para expandir as formas de interação homem-máquina, tornando-as mais naturais e menos invasivas.

A IA permite ainda personalização contínua, com dispositivos adaptando suas funções conforme o estilo de vida e preferências individuais, o que representa um salto qualitativo na experiência do usuário.

Os desafios no caminho da joia inteligente

Desafios técnicos

Apesar das promessas, criar joias inteligentes com IA enfrenta obstáculos significativos. A miniaturização dos componentes precisa avançar ainda mais para embutir sensores, processadores, baterias e sistemas de comunicação em objetos pequenos e finos.

A duração da bateria permanece como o maior desafio, já que as joias precisam funcionar o dia todo com cargas reduzidas e, idealmente, recarregarem rapidamente sem comprometer o design.

Além disso, a conectividade precisa ser robusta e contínua, integrando essas joias ao ecossistema digital e garantindo comunicação segura e eficiente com smartphones, nuvens e outros dispositivos.

Desafios estéticos e sociais

A tecnologia também precisa conquistar o público pelo design e valor estético. Conforme ressaltado por Woo-Joon Choi, nem todos se sentem confortáveis usando óculos que mudam sua aparência drasticamente. Por isso, joias inteligentes devem ser elegantes, versáteis e se adaptar ao estilo pessoal do usuário.

Outro ponto crítico é a privacidade e segurança de dados. Como esses dispositivos coletarão informações íntimas e estarão em contato constante com o corpo, garantir que os dados estejam protegidos contra invasões ou usos indevidos é fundamental para a aceitação da tecnologia.

Conclusão: Uma visão ousada ou um futuro inevitável?

A visão da Samsung de um futuro movido por joias com IA abre caminho para uma nova era onde a interação humana com a tecnologia será mais fluida, natural e menos dependente de telas. Embora essa proposta pareça saída de um filme de ficção científica, seus alicerces já estão sendo construídos hoje — com avanços em Inteligência Artificial, miniaturização, e wearables como o Galaxy Ring.

O desafio agora é transformar essa visão em realidade, superando barreiras técnicas e conquistando o gosto e a confiança do público.

E você, o que acha dessa visão? Trocar seu smartphone por um conjunto de joias inteligentes seria algo que você consideraria? Deixe sua opinião nos comentários e participe dessa conversa sobre o futuro da tecnologia pessoal.

Compartilhe este artigo