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Fast flux impulsiona ataques furtivos com infraestrutura C2 resiliente

Autoridades alertam sobre o uso crescente do fast flux por cibercriminosos para esconder servidores maliciosos, distribuir malware e driblar sistemas de defesa em redes globais.

Autoridades de segurança cibernética dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia emitiram um alerta conjunto sobre os perigos do uso da técnica fast flux — um método cada vez mais empregado por grupos de cibercriminosos para disfarçar servidores maliciosos e garantir a persistência de suas campanhas.

Fast flux: técnica sofisticada por trás de ataques cibernéticos mais difíceis de conter

O fast flux explora uma vulnerabilidade nos sistemas de resolução de nomes na internet (DNS), rotacionando rapidamente registros IP associados a um único domínio. Essa constante alteração de endereços torna mais difícil detectar e bloquear a infraestrutura maliciosa utilizada para controlar malwares, realizar ataques de phishing ou distribuir arquivos infectados.

De acordo com a CISA, NSA, FBI e agências de cibersegurança da Austrália e Nova Zelândia, essa tática se aproveita de falhas comuns nas defesas das redes para criar canais de comando e controle (C2) extremamente resilientes.

Segurança de dados CISA

Como o fast flux opera e por que é tão eficaz

A técnica, observada pela primeira vez em 2007 por meio do Honeynet Project, funciona ao alternar dinamicamente os endereços IP de um domínio comprometido. Existem duas variações principais:

  • Fluxo simples: um domínio é vinculado a múltiplos IPs, que mudam constantemente.
  • Fluxo duplo: além dos IPs, os próprios servidores de nomes DNS também mudam com frequência, tornando a detecção ainda mais difícil.

Segundo um relatório da Unidade 42 da Palo Alto Networks, essa rotatividade veloz dificulta os bloqueios por IP e atrapalha iniciativas de derrubada da infraestrutura maliciosa.

Grupos como Gamaredon, CryptoChameleon e Raspberry Robin têm usado essa técnica para manter seus sistemas ativos mesmo diante de tentativas de desmantelamento por parte das autoridades.

Usos do fast flux em campanhas de cibercrime

A técnica não está restrita apenas à comunicação entre malware e seus controladores. Ela também é aplicada na hospedagem de páginas de phishing, permitindo que os criminosos troquem rapidamente os IPs utilizados e contornem filtros de segurança. Além disso, o fast flux oferece um meio eficiente de distribuir arquivos maliciosos de forma descentralizada e menos rastreável.

Com esse modelo, cada bot conectado à rede pode ser usado brevemente, dificultando sua identificação e bloqueio, o que fortalece ainda mais a infraestrutura maliciosa como um todo.

Como se proteger do fast flux

Diante do crescimento no uso dessa técnica, os especialistas recomendam uma série de medidas para aumentar a resiliência das redes corporativas:

  • Bloqueio de IPs e domínios suspeitos
  • Filtragem de tráfego com base na reputação
  • Monitoramento contínuo de DNS
  • Campanhas de conscientização contra phishing
  • Adoção de ferramentas avançadas de detecção de anomalias

A CISA reforça que, embora o fast flux represente uma ameaça persistente, as organizações podem mitigar significativamente os riscos adotando abordagens proativas e investindo em segurança baseada em inteligência.

Por Jardeson Márcio

Jardeson é Mestre em Tecnologia Agroalimentar e Licenciado em Ciências Agrária pela Universidade Federal da Paraíba. Entusiasta no mundo tecnológico, gosta de arquitetura e design gráfico. Economia, tecnologia e atualidade são focos de suas leituras diárias.
Acredita que seu dia pode ser salvo por um vídeo engraçado.

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