Um caso de cibercrime envolvendo um brasileiro ganhou destaque internacional. Junior Barros de Oliveira, de 29 anos, residente em Curitiba, foi acusado nos Estados Unidos por invadir a rede de uma empresa em março de 2020, roubando dados confidenciais de cerca de 300 mil clientes e exigindo resgate em Bitcoin.
Brasileiro acusado de extorquir milhões em Bitcoin
De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ), Barros de Oliveira enfrenta oito acusações criminais: quatro relacionadas a ameaças extorsivas com dados de computadores protegidos e outras quatro por comunicações ameaçadoras.
Invasão e Extorsão
A invasão teve como alvo uma subsidiária brasileira de uma empresa sediada em Nova Jersey. Em setembro de 2020, o réu enviou um e-mail ao CEO da empresa utilizando um pseudônimo. Na mensagem, ele exigia o pagamento de 300 bitcoins — equivalente a US$ 3,2 milhões (aproximadamente R$ 19,7 milhões) na época — para evitar a venda dos dados roubados.
Um mês depois, o hacker reiterou sua demanda, incluindo outro executivo da subsidiária brasileira no e-mail. Em mensagens adicionais, ele sugeriu “ajudar a corrigir a falha de segurança” em troca de uma taxa de consultoria de 75 bitcoins (cerca de US$ 800 mil, aproximadamente R$ 4,9 milhões). As instruções de pagamento direcionavam os valores para uma carteira de Bitcoin controlada pelo réu.
Consequências Legais
Cada acusação de ameaça extorsiva prevê pena máxima de 5 anos de prisão e multa de até US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1,5 milhão), ou o dobro do valor envolvido no crime. Já as acusações de comunicações ameaçadoras podem levar a penas adicionais de até 2 anos de prisão por ocorrência. Caso condenado, Barros de Oliveira pode enfrentar até 28 anos de prisão, além de multas milionárias.
Este caso ressalta a importância da segurança cibernética e reforça o alerta para empresas protegerem suas redes e dados sensíveis contra invasores.
Observação: Os valores em reais foram calculados com base na cotação do dólar de R$ 6,16 em 26 de dezembro de 2024.