Barry Smith acredita que nunca haverá uma Inteligência Artificial Geral

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Barry Smith, Diretor do Centro Nacional de Pesquisa Ontológica (NCOR), acredita que nunca haverá uma Inteligência Artificial Geral (AGI), mas ele explica o motivo.

Para construir uma Inteligência Artificial Geral, seria necessária tecnologia com uma inteligência que é pelo menos compatível à dos seres humanos, o que implica criar um modelo matemático que permitiria a previsão do comportamento. O sistema neurocognitivo humano é complexo e, portanto, impossível de ser traduzido em modelos matemáticos. Assim, não é possível criar uma emulação de software humano. Esses são os motivos pelos quais uma AGI é impossível, segundo Barry Smith, que também é professor da Universidade Buffalo.

Barry Smith e a Inteligência Artificial Geral

O autor de “Why Machines Will Never Rule the World: Artificial Intelligence without Fear” (Por que as máquinas nunca dominarão o mundo: inteligência artificial sem medo) está no Brasil para participar do ABES Conference 2022, evento promovido pela ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) que discute sobre as constantes mudanças no cenário tecnológico.

Smith explica o porquê não é possível emular os sentimentos humanos e o porquê a IA continuará sendo mais eficiente que os humanos ao longo de certos caminhos, como no reconhecimento de padrões, mas nunca será capaz de aprender sobre predição:

A IA só funcionada quando há certa distribuição e em sistemas simples, em que a predição pode ser feita via matemática newtoniana e lógica. Somos um sistema complexo, em que há novos elementos, forças, interações o tempo todo. Cada um dos 100 bilhões dos nossos neurônios são um sistema complexo.

Barry Smith

Como exemplo, Smith fala sobre os sistemas de tradução online que não entendem o sentido das palavras. “Se você traduzir algo de inglês para português, do português para o alemão e depois para o inglês novamente, não haverá semântica e as frases perderão o sentido”, resumiu.

Ainda segundo ele, esses sistemas utilizam 213 milhões de parâmetros que nunca serão “explicáveis” e criam modelos simplificados das línguas. “Fazem um bom trabalho, mas falham frente a um tradutor humano, pois há muitos aspectos da linguística que não são conscientes, possuem muitos parâmetros e variações. O tradutor online trabalha com o que é estático e não com a semântica cognitiva”, explicou o professor durante a abertura do ABES Conference 2022.

A Inteligência Artificial pode nunca chegar perto da inteligência da mente humana. Há uma grande lacuna, já que nossa mente não atende a modelos matemáticos, portanto, não pode ser replicada.

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