A China está adotando medidas para restringir o “vício em videogame” em sua população, especialmente em crianças, tanto que recentemente, o gigante oriental tentou proibir jogos que incentivassem o romance e o comportamento sexual.
“O vício em videogame” é uma questão controversa, embora a OMS já a descreva como uma doença, e a China, ansiosa por controlá-la, anuncia um novo pacote de medidas que já entrou em vigor esta semana.
O objetivo deles é controlar e modificar os hábitos dos usuários de videogame e, no momento, eles estão focados em menores.
Atualmente, estima-se que 20% dos usuários chineses da Internet sejam menores e que representem uma porcentagem muito pequena de jogadores online.
As medidas incluem a limitação de horas diárias de jogo e o gasto em microtransações que os menores podem realizar.
Com a restrição do “vício em videogame” em crianças da China, elas só podem jogar das 8 h às 22 h
Então, as regras da Administração de Imprensa e Publicações do Estado (SAPP) foram publicadas esta semana e, dentro dos limites, são um registro de nome real mais rigoroso.
Para começar, a SAPP diz que está trabalhando com o Ministério da Segurança Pública para desenvolver esse centro de identificação, cujo objetivo não é tanto saber o nome real do jogador, mas sua idade.
Também é imposta uma limitação de tempo: os jogadores podem jogar entre as oito da manhã e as dez da noite.
Por quanto tempo? Uma hora e meia por dia como regra geral e até três horas em férias.
Para contextualizar, em um dia normal um menor chinês poderia jogar o equivalente a três jogos moderadamente rápidos de ‘League of Legends‘, um jogo que, aliás, triunfa na China.
E não será um jogo, uma vez que o governo se reserva o direito de bloquear certos jogos de menores.
O governo pode bloquear jogos que considere inadequados para menores
Nesse sentido, a agência Xinhuan enfatiza que
Os provedores de jogos online são solicitados a definir lembretes para usuários de diferentes faixas etárias, acrescentando que qualquer conteúdo nocivo que inclua pornografia, violência e jogos de azar é proibido em jogos destinados a menores.
As empresas que não cumprirem poderão ser punidas e, na pior das hipóteses, as licenças comerciais poderão ser revogadas.
Por outro lado, a China também quer cortar gastos com jogos.
Entre as medidas contempladas estão: crianças menores de oito anos não podem gastar dinheiro em jogos, jogadores entre oito e 16 anos podem gastar até 200 yuan (26 euros) por mês e que aqueles entre 16 e 18 anos não gastam mais do que 400 yuans, que custam cerca de 50 euros.
Menção especial deve ser feita à Tencent Games, a gigante asiática de videogame que possui títulos como ‘Honor of Kings’ (‘Arena of Valor‘ nos mercados internacionais), que foi duramente criticada pelas “propriedades viciantes” desse jogo e foi forçada implementar medidas em 31 jogos.
Entre eles, o mais impressionante é limitar o tempo de jogo a uma hora em crianças menores de 12 anos e duas horas para jovens entre 12 e 18 anos, sempre entre oito da manhã e nove da noite.
Esta empresa gerou US $ 18,3 bilhões em receita em 2018.
A China já introduziu medidas anti-dependência em videogames e consoles para PC em 2007, mas os videogames para celular não foram incluídos.
Portanto, esse mercado cresce exponencialmente, tanto que os dez jogos mais prolíficos de 2018 geraram 4,5 bilhões de dólares em receita.
Via: Xataka