O uso do código aberto e software livre deixou de ser algo ideológico ou utópico para se tornar uma economia real. Pelo menos é o que mostra um estudo da organização sem fins lucrativos Think Tank OpenForum Europe (OFE). Esse estudo afirma que, se o número de usuários de código aberto aumentasse apenas 10%, o PIB da UE poderia aumentar em cerca de € 100 bilhões por ano. Além disso, isso pode levar à criação de até 1.000 novas empresas de tecnologia por ano em todo o continente.
A Cúpula de Política de Código Aberto da UE 2021 foi realizada onde o OFE comentou que “os empreendedores europeus têm um tesouro de software de código aberto à sua frente, mas poucos usam a tecnologia para atingir seus objetivos de negócios”. Dá para imaginar o impacto desse tipo de atitude em países como o Brasil. Porém, o estudo se limita à Europa.
Falta de entendimento sobre como usar algo de graça para construir um negócio viável
O relatório do OFE afirma que a ignorância do potencial das ferramentas de código aberto pode custar à União Europeia “centenas de bilhões de euros por ano”. Os resultados do estudo, encomendado pela Comissão Europeia, mostram que existe uma falta geral de compreensão dos benefícios que podem ser derivados do ecossistema de código aberto na Europa.
O CEO do think tank, Sachiko Muto, explicou que, de acordo com uma análise, a importância económica do código aberto em 2018 nos 27 países da UE foi entre 65 e 95 bilhões de euros. De qualquer forma, os números são difíceis de apresentar, segundo a líder desse grupo, já que lembra que a grande maioria dos benefícios do código aberto não está relacionada a custos, por isso são muito mais difíceis de quantificar.
Estudo afirma que ignorar código aberto pode custar à UE “centenas de bilhões de euros por ano”
Sachiko Muto, CEO da OFE, disse que “pouco se sabe como algo que é gratuito pode ser usado para construir um modelo de negócios viável e ganhar dinheiro” por meio desses negócios.
Para tentar estimar o impacto, o relatório do OFE recorreu a economistas renomados para tentar representar o código aberto com estatísticas econômicas. Entre outros, Frank Nagle, da Harvard Business School, que já havia realizado estudos semelhantes sobre as consequências do software livre na produtividade das empresas e na competitividade geral de um país.