Facebook exclui relatório com dados negativos para a empresa

Novo estudo mostra que desinformação no Facebook gera muito mais engajamento que notícias
Imagem: Enter21st

O Facebook andou escondendo dados negativos de um relatório feito pela própria empresa. A revelação é do jornal norte-americano New York Times. Na última quarta-feira, segundo o site The Verge, o Facebook divulgou um relatório sobre qual conteúdo foi mais visto no último trimestre pelas pessoas que vivem nos Estados Unidos. Foi a primeira vez que divulgou tal relatório. No entanto, de acordo com o The New York Times, o Facebook estava trabalhando em um relatório semelhante para o primeiro trimestre de 2021 que optou por não compartilhar. Isso porque poderia ter efeitos negativos na empresa. Assim, o Facebook exclui relatório com dados negativos para a empresa.

O New York Times, que obteve uma cópia do relatório, diz que o link mais visto no primeiro trimestre tinha uma manchete que poderia provocar dúvidas em relação à vacina COVID-19, o que tem sido um problema na plataforma de mídia social. A manchete dizia: “Um médico ‘saudável’ morreu duas semanas depois de receber a vacina COVID-19; O CDC está investigando o porquê.” O artigo foi publicado pelo The South Florida Sun Sentinel e republicado pelo The Chicago Tribune, diz o The New York Times.

Facebook exclui relatório com dados negativos para a empresa

Imagem: Reprodução Android Police

O Facebook estava trabalhando para lançar este relatório, mas executivos, incluindo Alex Schultz, CMO do Facebook e VP de análise, aparentemente “debateram se isso causaria um problema de relações públicas, de acordo com os e-mails internos” e, finalmente, decidiram não publicá-lo, de acordo com o The New York Times.

“Pensamos em tornar o relatório público mais cedo, mas como sabíamos a atenção que ele atrairia, exatamente como vimos esta semana, havia consertos no sistema que queríamos fazer”, disse o porta-voz do Facebook Andy Stone em um comunicado. Stone também esclareceu a opinião de Schultz sobre se o Facebook deveria divulgar o relatório, dizendo que Schultz “defendeu a publicação do relatório”.

Antitruste

Foi uma semana agitada para o Facebook. Além de publicar o relatório sobre as postagens mais vistas, ela também teve que lidar com uma reclamação antitruste alterada apresentada contra a empresa pela Federal Trade Commission. O órgão Federal Trade Commission (FTC) diz que o Facebook se constitui em um monopólio pelo menos desde 2011, o que pode trazer sérias consequências para a empresa.

“O Facebook tem hoje, e tem mantido desde 2011, uma fatia dominante do mercado relevante de serviços de redes sociais pessoais nos Estados Unidos”, alega a reclamação, citando o tempo gasto e as métricas do usuário ativo na escala diária e mensal. “Individualmente e coletivamente, essas métricas fornecem evidências significativas do poder de monopólio durável do Facebook nos serviços de rede social.”

O Facebook tem até 4 de outubro para emitir uma resposta legal à reclamação. Em uma postagem no Twitter, a conta corporativa do Facebook chamou a última reclamação da FTC de “sem mérito”, escrevendo: “Não houve nenhuma alegação válida de que o Facebook era um monopolista – e isso não mudou”.

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