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Lenovo espionou usuários e agora vai pagar multa milionária

A Lenovo foi processada pelo órgão de defesa do consumidor dos EUA (Federal Trade Commission) e vai pagar US$ 3,5 milhões, mais ou menos R$ 11 milhões com a cotação atual. A notícia foi veiculada pela Reuters e já está circulando o mundo, pois a Lenovo fez um acordo para pagar essa multa e a casa caiu para empresa.

Segundo a matéria, a Lenovo instalou um aplicativo chamado VisualDiscovery da Superfish em notebooks entre os anos de 2014 e 2015, essa aplicação intercepta o tráfego da internet dos usuários que compraram notebooks nestes anos, ou que compraram algum modelo produzido nos mesmos anos.

Ainda como parte do acordo, a Lenovo só poderá vender seus notebooks com softwares pré-instalados, apenas se os seus usuários consentir, e ainda, durante 20 anos, a Lenovo terá todos os seus aplicativos aditados, afim de garantir que nenhuma situação parecida com as de 2014 e 2015 se repita.

Mas, um detalhe bem brasileiro, a empresa mesmo aceitando pagar e acordar, ela desconhece o uso de software espião, e discordou das alegações como também não reconheceu seus erros. A Lenovo apenas aceitou o acordo e ponto. Mas, disse que parou de usar o VisualDiscovery da Superfish há anos e que desconhece qualquer aplicativo que tenha sido evasivo aos seus usuários.

O software foi instalado em milhares de notebook, começando em agosto de 2014, ele fornecia anúncios pop-up. O software também bloqueou navegadores dos usuários com aviso quando eles tentaram acessar sites mal-intencionados.

O software também conseguiu acessar informações sensíveis dos consumidores, como os números da Segurança Social, disse a FTC. Essa informação não foi enviada para o Superfish, que vendeu o VisualDiscovery, disse a FTC.

O que disse o FTC ?

A Lenovo comprometeu a privacidade dos consumidores quando pré-carregou software que poderia acessar informações confidenciais dos consumidores sem aviso prévio ou consentimento para sua utilização, afirmou o presidente da FTC, Maureen Ohlhausen, em um comunicado.

Essa conduta é ainda mais séria porque o software comprometeu as proteções de segurança on-line que os consumidores confiam. Enquanto a Lenovo discorda das alegações contidas nessas queixas, temos o prazer de encerrar esse assunto após 2 anos e meioAté o momento, não temos conhecimento de nenhuma instância real de terceiros explorando as vulnerabilidades para obter acesso às comunicações de um usuário.

Por Emanuel Negromonte

Fundador do SempreUPdate. Acredita no poder do trabalho colaborativo, no GNU/Linux, Software livre e código aberto. É possível tornar tudo mais simples quando trabalhamos juntos, e tudo mais difícil quando nos separamos.

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