O kernel do Linux 6.6, em sua versão RC que foi lançada no dia 10 de setembro, trouxe uma novidade importante para os usuários que precisam acessar arquivos compartilhados por servidores Windows: o suporte ao protocolo SMB3, também conhecido como KSMBD, foi declarado estável e deixou de ser considerado “experimental”.
O KSMBD é um módulo do kernel que implementa o protocolo SMB3 no nível do sistema de arquivos, permitindo que o Linux se comunique com servidores Windows usando a mesma linguagem. Isso facilita o acesso a arquivos, pastas e impressoras compartilhados em redes locais ou na nuvem.
O protocolo SMB3 é a versão mais recente e segura do protocolo de compartilhamento de arquivos da Microsoft, que substituiu o antigo SMB1, que tinha várias vulnerabilidades e foi desativado por padrão no Windows 10. O SMB3 oferece recursos como criptografia, compactação, cópia offload e multicanal, que melhoram o desempenho e a segurança das transferências de dados.
O suporte ao KSMBD no Linux já existia desde a versão 5.15 do kernel, mas era marcado como “experimental” e não era habilitado por padrão. Agora, com a versão 6.6, o KSMBD foi considerado estável e pronto para uso em ambientes de produção. Para ativá-lo, basta instalar o pacote ksmbd-tools e configurar o arquivo /etc/ksmbd/ksmbd.conf com as opções desejadas.
O KSMBD é uma alternativa ao Samba, que é o software mais usado para compartilhar arquivos entre Linux e Windows. O Samba também suporta o protocolo SMB3, mas funciona no nível do espaço do usuário, o que pode causar uma sobrecarga de CPU e memória. O KSMBD, por outro lado, funciona no nível do kernel, o que pode trazer mais eficiência e performance.
No entanto, o KSMBD ainda não tem todas as funcionalidades do Samba, como o suporte a domínios do Active Directory ou a integração com o systemd. Além disso, o KSMBD ainda é um projeto relativamente novo e pode ter alguns bugs ou incompatibilidades. Por isso, é recomendável testar o KSMBD antes de usá-lo em cenários críticos ou migrar totalmente do Samba.
O KSMBD é um avanço importante para o Linux, pois permite uma maior interoperabilidade com os servidores Windows, que ainda são muito usados no mundo corporativo. Com o KSMBD, os usuários do Linux podem acessar os arquivos compartilhados com mais facilidade, segurança e rapidez.