MariaDB: crise financeira ameaça projeto

MariaDB: crise financeira ameaça projeto

Nas últimas semanas o MariaDB tem feito anúncios difíceis. Ocorre que o projeto já demitiu cerca de 28% de seus colaboradores e já declarou o encerramento de dois projetos. Estes projetos encerrados pelo MariaDB são mais populares entre usuários empresariais. A Comunidade, de modo geral, considera as atitudades do MariaDB uma grande tentativa de não encerrar o projeto diante da crise financeira.

O que é o MariaDB?

MariaDB é um sistema de gerenciamento de banco de dados relacional (RDBMS) que surgiu como uma ramificação (fork) do MySQL, um dos bancos de dados mais populares e utilizados do mundo. O MariaDB foi criado pelo próprio fundador do MySQL, Michael ‘Monty’ Widenius, em 2009, após a aquisição do MySQL pela Oracle.

O objetivo principal do MariaDB é manter uma alta compatibilidade com o MySQL, preservando todos os comandos, interfaces, bibliotecas e APIs que existem no MySQL. Isso significa que não há necessidade de converter os dados ou alterar o código para migrar do MySQL para o MariaDB. Na verdade, o MariaDB é um substituto direto para o MySQL, pois pode funcionar exatamente como ele.

No entanto, o MariaDB não é apenas uma cópia do MySQL. Ele também oferece várias vantagens e melhorias em relação ao seu antecessor, como:

  • Maior desempenho e estabilidade, graças a otimizações no código e no armazenamento dos dados.
  • Maior segurança e confiabilidade, pois o MariaDB recebe atualizações frequentes e patches de correção de vulnerabilidades.
  • Maior flexibilidade e inovação, pois o MariaDB conta com uma comunidade ativa de desenvolvedores e usuários que contribuem com novas funcionalidades e recursos.
  • Maior liberdade e transparência, pois o MariaDB é um software livre e de código aberto, licenciado sob a GPL v2.

A versão atual estável do MariaDB é a 10.6, lançada em junho de 2021. Ela inclui recursos como:

  • Suporte a armazenamento em colunas com o mecanismo ColumnStore, que permite consultas analíticas rápidas e eficientes.
  • Suporte a armazenamento em JSON com o mecanismo Spider, que permite distribuir os dados entre vários servidores e realizar consultas complexas em documentos JSON.
  • Suporte a replicação assíncrona com o mecanismo Galera, que permite criar clusters de alta disponibilidade e tolerância a falhas.
  • Suporte a armazenamento em memória com o mecanismo Aria, que permite operações de leitura e escrita mais velozes e reduz a fragmentação dos dados.
  • Suporte a armazenamento em disco com o mecanismo InnoDB, que é o padrão do MySQL e oferece transações ACID, bloqueio por linha e recuperação de falhas.

Se você quer saber mais sobre o MariaDB, você pode visitar o site oficial https://mariadb.org/, onde você encontrará documentação, tutoriais, downloads e suporte.

Crise financeira no MariaDB

Na última semana o MariaDB já demitiu cerca de 84 pessoas. Além disso, como dito, dois projetos também foram descontinuados, o SkySQL, lançado em 2020 e Xpand, um back-end distribuído para SkySQL lançado em 2021 e expandido em maio para incluir um front-end compatível com PostgreSQL.

Segundo relatos, várias empresas importantes dependem do Xpand. Um dos exemplos mais fortes é a Samsung, ela usa o Xpand para lidar com cerca de 10 bilhões de transações diariamente. Com este encerramento, a Samsung e outras empresas, vão ter que procurar outras alternativas urgentemente.

Microsoft vai aposentar o MariaDB

Para piorar ainda mais situação complicada do MariaDB, a Microsoft já declarou que vai aposentar o MariaDB no Azure em 2025. Além da atitude já programada, a Microsoft também já orienta os usuários do Azure que utilizam MariaDB, para Migrarem para o MySQL.

Além de todo esse quadro, o MariaDB foi surpreendida com quedas em ações e até crédito a empresa tomou. Mas, para quem achava que o crédito era para manter tudo funcionando, na verdade foi para quitar um empréstimo realizado por um banco europeu. Dito isso, a nota promissória do empréstimo venceu dia 11 de outubro de 2023.

Por fim, o MariaDB segue engessado até 10 de janeiro de 2024. Após este prazo a empresa pode unir forças para uma possível fusão ou recapitalização. Este prazo foi dado pela empresa que cedeu o empréstimo, a RP Ventures.

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