A batalha judicial do Facebook contra a empresa de hackers NSO ganha aliados de gigantes da tecnologia, como Microsoft e Google. O processo que começou a ser movido no ano passado, logo após revelação de que a empresa de vigilância cibernética havia explorado um bug em mensagens instantâneas do Whatsapp que ajudaria a vigiar mais de 1.400 pessoas em todo o mundo.
Agora, outras empresas entram na batalha movida pelo Facebook no Tribunal Federal, que adverte que as ferramentas da empresa israelense são “poderosas e perigosas”.
Argumentos da NSO
A empresa de hackers argumentou que, por vender ferramentas digitais de invasão para policiais e agências de espionagem, deveria se beneficiar da “imunidade soberana”. Ou seja, uma doutrina jurídica que geralmente isola governos estrangeiros de ações judiciais. A NSO perdeu essa discussão no Distrito Norte da Califórnia em julho e desde então apela pela anulação da decisão.
A petição da NSO a livraria de qualquer processo e daria o livre acesso para continuar suas ações sem receber qualquer tipo de investigação. Algo um tanto quanto perigoso!
Empresas juntam-se ao Facebook no processo contra a NSO
Além da Microsoft e do Google, outras empresas juntaram-se ao processo movido conta a NSO, como a VMWare da Dell Technologies, por exemplo. As empresas se unem contra essa “imunidade soberana” à NSO. E argumentam que, caso a empresa chegasse a ter esse benefício, que isso levaria a uma proliferação de tecnologia de hackeamento e mais governos estrangeiros teriam acesso à ferramentas poderosas e perigosas de vigilância cibernética.
A NSO, no entanto, argumenta que seus produtos são usados ??para combater o crime. Mas os defensores dos direitos humanos e tecnólogos em lugares como o Citizen Lab, documentaram casos em que a tecnologia da NSO foi usada para atingir repórteres, advogados e até nutricionistas que faziam lobby por impostos sobre refrigerantes, po exemplo.
Além disso, o spyware do NSO também foi relacionado ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi do Washington Post. O jornalista foi assassinado e esquartejado no consulado saudita em Istambul em 2018. Apesar de a NSO negar ter hackeado Khashoggi, até agora se recusou a comentar se sua tecnologia foi usada para espionar outras pessoas em seu círculo.
Aguardemos as respostas desse processo legal e que ganha apoiadores a cada ciclo!