A Mozilla começou 2022 com o pé esquerdo, mesmo que tenha sido apenas uma tentativa de pedir doações. A empresa foi recentemente ao Twitter pensando que estava fazendo um pedido simples de doações na forma de criptomoeda. No entanto, a Mozilla estava errada. Então, devido a preocupações com impacto climático, a Mozilla deixa de receber doações de criptomoedas.
Depois de alguns dias de postar a mensagem acima, a Mozilla recebeu duras críticas de usuários famosos. Entre eles, estavam Jamie Zawinski e Peter Linss.
“Olá, tenho certeza de que quem administra essa conta não tem ideia de quem eu sou, mas fundei a Mozilla e estou aqui para dizer f***-se e f***-se”, disse Zawinski. “Todos os envolvidos no projeto deveriam estar profundamente envergonhados com esta decisão de fazer parceria com vigaristas … que incineram o planeta.”
Linuss não foi mais ameno em suas críticas.
“Ei, Mozilla, espero que você também não me conheça, mas eu projetei o Gecko, o mecanismo no qual seu navegador foi construído. E estou 100% com [Zawinski] nisso. … Você poderia fazer melhor do que isso”, disse ele.
E assim, antes do fim da semana, a Mozilla já havia modificado tudo.
Na semana passada, tuitamos um lembrete de que a Mozilla aceita doações de criptomoedas. Isso levou a uma importante discussão sobre o impacto ambiental da criptomoeda. Estamos ouvindo e tomando medidas, disse.
Portanto, a partir de hoje estamos revisando se e como nossa política atual de doações de criptografia se encaixa em nossos objetivos climáticos. E enquanto conduzimos nossa revisão, vamos interromper a capacidade de doar criptomoedas.
Mozilla deixa de receber doações de criptomoedas devido a preocupações com o impacto climático
A Mozilla disse que o setor de criptomoedas ainda seria explorado, porém, “muita coisa mudou desde que começamos a aceitar doações de criptografia”. A Mozilla prometeu fazer uma revisão sobre isso para tornar tudo o mais transparente possível. Então, neste sentido, haveria atualizações na política da empresa. O fabricante do navegador disse que sua análise seria transparente e que faria atualizações regulares.
A razão da polêmica é bem simples: para captar criptomoedas são necessários muitos computadores ligados no mundo todo, o que provoca aumento do consumo de energia e consequentes efeitos sobre o meio ambiente. A preocupação crescente fez a Suécia pedir o fim desta prática em todos os países da União Europeia.
Atualmente é possível dirigir um carro elétrico de médio porte por 1,8 milhão de quilômetros usando a mesma energia necessária para extrair um único Bitcoin, disseram reguladores suecos. Isso é o equivalente a quarenta e quatro voltas ao redor do globo. Novecentos Bitcoins são extraídos todos os dias. Este não é um uso razoável de nossa energia renovável.
Atualmente, estima-se que o uso de eletricidade só para mineração de criptomoedas é altíssimo, chegando a casa dos 134 TeraWhatts. Equivale ao consumo de um país como a Argentina. Esse valor elimina qualquer ganho econômico, segundo especialistas.
Outro navegador já se posicionou contrário à captação de criptomoedas. Ao responder a um usuário, a equipe do navegador Vivaldi declarou.
“Nós realmente não somos fãs de criptografia e NFT’s [sic]”, disse a Vivaldi.
Via ZDNet