Tim Berners-Lee está descontente com a evolução da World Wide Web e faz quatro previsões

Tim Berners-Lee está descontente com a evolução da World Wide Web e faz quatro previsões

Já se passaram 35 anos desde o surgimento da rede mundial de computadores. Tim Berners-Lee está descontente com a evolução da World Wide Web e faz quatro previsões.

Já se passaram 35 anos desde o nascimento da World Wide Web (ou seja, ‘HTTP’ e páginas da web, não a Internet, que é um pouco mais antiga) e Tim Berners-Lee, a mente pensante por trás da invenção, ofereceu durante uma entrevista uma série de reflexões e previsões para sua criação… e para a indústria de tecnologia como um todo.

Logo surgiram sinais de que a World Wide Web iria crescer em grande escala: o tráfego para o primeiro site “estava dobrando a cada quatro meses”, diz Berners-Lee. Mas agora, refletindo sobre as três décadas e meia que se seguiram, Berners-Lee deixa clara sua surpresa e, às vezes, descontentamento com a evolução de sua criação (“quando começou, eu não poderia prever que seria assim”), particularmente quando se trata de mídia social e gerenciamento de dados pessoais.

Por um lado, as timelines das redes sociais, personalizadas por algoritmos de IA, fizeram com que as pessoas “se sentissem cheias de ódio”, diz ele.

Tim Berners-Lee está descontente com a evolução da World Wide Web e faz quatro previsões

Por outro lado, ele afirma que a facilidade de produzir conteúdo em plataformas de mídia social e criar novos sites e blogs levou ao “desempoderamento” de indivíduos e empresas e à perda de propriedade sobre nossos dados.

Mark P. McCahill, o inventor das URLs e do protocolo Gopher (a tecnologia líder na Internet na época em que a WWW entrou em cena e mudou tudo) explicou há algum tempo por que Gopher perdeu para HTTP:

“O que passava pela cabeça de muita gente não era ‘quero ir à biblioteca’, mas, pelo contrário, ‘olha que grande plataforma para publicidade e negócios!’ e não entendíamos isso até que a bola estivesse em jogo há algum tempo.”

Embora uma das razões pelas quais não me incomode que a World Wide Web tenha acabado batendo em Gopher é que eu não tenho coisas como o Facebook e sua plataforma de vigilância cobrando diretamente em minha consciência.

É assim que eu vejo o seu futuro, meu filho

Photo by RDNE Stock project on Pexels.com

No entanto, Berners-Lee permanece cautelosamente otimista sobre o futuro. E ele tem algumas previsões interessantes a esse respeito:

  • Ascensão dos assistentes pessoais de IA: Primeiro, Berners-Lee prevê uma revolução na interação humana com a web, mediada por assistentes pessoais de inteligência artificial (IA). Esses assistentes, ele imagina, nos ajudarão nas tarefas cotidianas e assumirão diferentes funções profissionais, como banqueiros, advogados ou médicos pessoais.
  • Propriedade total e controle de nossos dados: Um aspecto fundamental das previsões de Berners-Lee gira em torno da evolução em direção à verdadeira soberania dos dados pessoais. Ele propõe que os usuários gerenciem seus dados em “pods” digitais, espaços pessoais online onde manterão total controle e propriedade de suas informações, longe das grandes empresas de tecnologia. Se esse acabar sendo o caso, pode acabar sendo uma profecia autorrealizável, já que a ideia está sendo desenvolvida pelo próprio ele por meio de sua startup Inrupt, que ele desenvolve em torno do protocolo Solid.
  • O fim de uma grande empresa de tecnologia?: Uma das previsões mais ousadas de Berners-Lee é a possibilidade de que uma das atuais gigantes da tecnologia seja desmantelada em um futuro próximo devido às pressões regulatórias e à necessidade de promover uma “competição saudável” no mercado digital. Embora muitos considerem esse cenário improvável, a recente implementação da Lei dos Mercados Digitais (DMA) da União Europeia sinaliza um passo significativo em direção a esse objetivo.
  • Um novo ambiente digital imersivo: Berners-Lee prevê uma web que se estende para experiências de realidade virtual (VR) e realidade mista (MR), permitindo transições suaves entre os dois e mesclando os mundos físico e digital, “quer estejamos usando o fone de ouvido VR ou não”. Essa abordagem de “computação espacial” e um ambiente imersivo promete transformar radicalmente nossa interação com o ambiente digital.
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