A Samsung acaba de revelar seu headset XR, fruto de uma colaboração com o Google e a Qualcomm. Este lançamento ocorreu ao lado da apresentação do Android XR, um novo sistema operacional para dispositivos de realidade estendida (XR), que compete diretamente com o Horizon OS da Meta. No entanto, o headset da Samsung não se limita a desafiar apenas a Meta; ele está mirando, de forma direta, o Apple Vision Pro.
A ascensão da Samsung no mercado de realidade virtual (RV)
O Vision Pro da Apple e suas falhas
A grande decepção do Vision Pro, o headset de realidade aumentada da Apple, é seu preço exorbitante, que se aproxima de R$ 18.000. Embora o produto possa justificar esse custo em termos de tecnologia, a realidade é que ele não deveria ser tão caro. Muitos críticos, como Hugo Barra, ex-chefe da Oculus, apontam que o Vision Pro mais parece um kit de desenvolvimento com excessos tecnológicos. A Apple, em sua tentativa de manter um design inovador, adicionou recursos como a estrutura de vidro e a tela externa EyeSight, que, em vez de serem diferenciais, apenas aumentaram o custo do produto.
Outro problema significativo foi a falta de suporte para os jogos de RV mais populares. Em vez de oferecer controles dedicados, a Apple insistiu em uma abordagem única, mas essa decisão foi revista com a parceria com a Sony para integrar os controles PSVR2 ao Vision Pro. No entanto, o estrago já havia sido feito. No mercado de XR, onde o público é atraído por experiências imersivas de jogos, a proposta da Apple ficou atrás de concorrentes como o Meta Quest 3S, que custa apenas R$ 1.500.
A resposta da Samsung e seu domínio no mercado
A Samsung soube aprender com os erros da Apple e, ao longo de quase um ano, se preparou para fazer uma oferta mais acessível e confortável no mercado de XR. O Android XR, desenvolvido pelo Google, é um sistema aberto e fácil de adaptar, o que proporciona mais opções para fabricantes e desenvolvedores. A Samsung não só se aproveitou dessa flexibilidade, mas também focou em oferecer um headset mais confortável e acessível, abordando falhas que o Vision Pro deixou passar, como a questão do conforto e do preço.
O Android XR é uma plataforma que já começou a atrair atenção significativa devido à sua interface intuitiva e suporte para controladores VR, uma vantagem que o visionOS da Apple ainda não oferece. Recursos como janelas virtuais, painéis organizáveis em 3D e a integração com aplicativos do Google fazem do Android XR uma escolha atraente para o consumidor.
O que a Apple precisa fazer para reagir
A Apple, por sua vez, precisa tomar algumas medidas urgentes para não ficar para trás no mercado de XR. Primeiramente, deve reduzir significativamente o preço do Vision Pro. Um modelo mais acessível poderia ser lançado, sem tantos elementos de design caros, como a tela externa, talvez com um nome como “Vision Air”. Além disso, é crucial que a Apple adote uma abordagem mais aberta em relação à compatibilidade com jogos de RV. Embora a inclusão dos controles PSVR2 seja um bom começo, a empresa deve garantir uma experiência mais completa e atrativa para os entusiastas de jogos.
Por fim, um redesign do Vision Pro é necessário para garantir maior conforto. O dispositivo já enfrenta críticas quanto ao seu desconforto após uso prolongado, e a Apple deve reconsiderar seu design, talvez oferecendo um modelo mais leve e com uma alça de cabeça mais ergonômica.
Conclusão: a corrida pela RV e o futuro da Apple
O mercado de XR está em rápida expansão e parece que os dispositivos de realidade aumentada serão a próxima evolução dos smartphones. Para que a Apple continue relevante nesse campo, ela precisará se ajustar e melhorar seu produto, o Vision Pro, garantindo que ele seja mais acessível, confortável e compatível com as necessidades dos usuários. Caso contrário, a Samsung e outros concorrentes poderão dominar este novo mercado emergente.