Twitter desenvolve novo padrão aberto para redes sociais

O CEO do Twitter, Jack Dorsey, anunciou em sua conta de rede social que sua empresa “está financiando uma pequena equipe independente”, liderada pelo CTO da empresa, Parag Agrawal. A ideia é contar com “até cinco desenvolvedores de código” aberto, engenheiros e designers para criar um padrão aberto e descentralizado das redes sociais. O objetivo é que o Twitter se torne um cliente desse padrão. A repercussão tem sido muito grande, com muita gente debatendo o assunto. Portanto, o Twitter desenvolve novo padrão aberto para redes sociais.

O que seria esse novo padrão aberto que o Twitter desenvolve para redes sociais?

Você precisa entender bem o que Dorsey quis dizer para entender a relevância do anúncio: hoje existem tecnologias como o e-mail, cujos aspectos técnicos são públicos e sem patentes. Assim, permite não apenas a existência de inúmeras plataformas e aplicativos de gerenciamento de e-mail (do Mozilla Thunderbird ao Outlook), mas que diferentes servidores de diferentes proprietários podem interagir entre si. É deste modo, por exemplo, que o proprietário de uma conta @216.238.112.241 pode receber e-mails sem problemas de uma conta @gmail.com. Veja a mensagem:

O Twitter, no entanto, não é assim: qualquer cliente do Twitter deve passar pelo aro da API proprietária da empresa (que, na maioria dos casos, envolve pagar pelo uso). É assim que somente os usuários do Twitter.com podem mencionar e retuitar outros usuários do Twitter.com. Dorsey apresenta, precisamente, um futuro diferente deste.

O Twitter que poderia existir

No começo, o Twitter era tão aberto que muitos viam o potencial de se tornar um padrão descentralizado da Internet, como o protocolo SMTP (para enviar e-mails). Por uma série de razões, todas razoáveis na época, consideramos um caminho diferente e estamos cada vez mais centralizando o Twitter. Porém, muitas coisas mudaram ao longo dos anos.

O que mudou, de acordo com Dorsey?

  1. O gerenciamento centralizado torna difícil lidar com abuso e informações enganosas sem sobrecarregar excessivamente as pessoas responsáveis pelo trabalho.
  2. O valor das redes sociais está mudando. Passa de sua capacidade de hospedar e suprimir conteúdo para o uso de algoritmos de recomendação que chamam a atenção do usuário.
  3. Os incentivos atuais das redes sociais provocam a geração de conteúdo controverso, e não o tipo que promove um debate saudável.
  4. Nos últimos tempos, surgiram novas tecnologias que reivindicam as vantagens de soluções descentralizadas, como o Blockchain.

O futuro já começou

Dorsey afirma categoricamente que o futuro do Twitter será para ajudar a criar um padrão descentralizado existente. Essa criação pode ocorrer a partir do zero. De qualquer forma, promete torná-lo leve. Além disso, buscará “construir uma comunidade aberta em torno dele, que inclua empresas e organizações, pesquisadores, líderes da sociedade civil”.

Ele alerta que isso não vai acontecer da noite para o dia e que levará muitos anos para desenvolver um padrão descentralizado que seja sólido, escalável e utilizável no campo das redes sociais, mas que, quando isso for alcançado, forçará o Twitter a ser muito mais inovador do que no passado.

Em resposta à discussão de Dorsey, alguns usuários lembraram que não é necessário “reinventar a roda”, porque já existem alternativas como o protocolo ActivityHub, que envolve soluções descentralizadas já em uso, como Mastodon ou GNUsocial , e que serão adicionadas em breve outras redes sociais distribuídas como Diáspora.

Contudo, o CEO do Twitter simplesmente reiterou que será a equipe que está sendo formada que decide se deve aderir a essas opções ou desenvolver um novo protocolo.

Fonte: Genbeta

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Jornalista com pós graduações em Economia, Jornalismo Digital e Radiodifusão. Nas horas não muito vagas, professor, fotógrafo, apaixonado por rádio e natureza.
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