Ubuntu vs Linux Mint: saiba as diferenças técnicas

Ubuntu e Linux Mint são duas das distribuições Linux mais populares e amigáveis para usuários iniciantes ou avançados. Ambas são baseadas no Debian, um sistema operacional livre e estável, mas apresentam algumas diferenças técnicas que podem influenciar na escolha de quem procura uma alternativa ao Windows ou ao Mac OS. Neste post, vamos comparar alguns aspectos dessas duas distros, como interface gráfica, gerenciamento de pacotes, atualizações, suporte e comunidade.

Interface gráfica

A interface gráfica é a parte do sistema que permite interagir com ele por meio de elementos visuais, como janelas, ícones, menus e botões. É uma questão de preferência pessoal, mas também pode afetar o desempenho e a usabilidade do sistema. Ubuntu e Linux Mint oferecem várias opções de interface gráfica, mas as principais são:

  • Ubuntu: usa o GNOME como ambiente de desktop padrão, que é moderno, elegante e minimalista, mas também consome mais recursos do computador. O GNOME tem um painel superior com um menu de atividades, uma barra lateral com os aplicativos favoritos e uma área de trabalho limpa. O Ubuntu também oferece outras variantes oficiais com diferentes ambientes de desktop, como o Kubuntu (com o KDE), o Xubuntu (com o Xfce), o Lubuntu (com o LXQt) e o Ubuntu MATE (com o MATE).
  • Linux Mint: usa o Cinnamon como ambiente de desktop padrão, inspirado no Windows, com um menu iniciar, uma barra de tarefas e ícones na área de trabalho. O Cinnamon é simples, funcional e personalizável, mas também pode apresentar alguns bugs ou incompatibilidades. O Linux Mint também oferece outras edições com diferentes ambientes de desktop, como o MATE (uma versão mais leve do GNOME 2) e o Xfce (um ambiente leve e rápido).

Gerenciamento de pacotes

Os pacotes são os arquivos que contêm os programas e as bibliotecas que compõem o sistema operacional. O gerenciamento de pacotes é o processo de instalar, atualizar e remover esses pacotes. Ubuntu e Linux Mint usam o mesmo sistema de gerenciamento de pacotes, o APT (Advanced Package Tool), que é baseado no Debian. O APT permite instalar pacotes a partir de repositórios online, que são coleções de pacotes mantidas pelos desenvolvedores ou pela comunidade. Os repositórios podem ser oficiais ou não oficiais, estáveis ou instáveis, seguros ou não seguros.

  • Ubuntu: usa os repositórios oficiais do Debian e do Ubuntu, divididos em quatro categorias: main (pacotes suportados pela Canonical, a empresa por trás do Ubuntu), restricted (pacotes suportados pela Canonical que podem ter restrições legais), universe (pacotes mantidos pela comunidade) e multiverse (pacotes não livres ou com problemas legais). O Ubuntu também permite adicionar repositórios não oficiais, chamados de PPA (Personal Package Archives), criados por desenvolvedores independentes ou por terceiros. Os PPA podem oferecer pacotes mais atualizados ou exclusivos, mas também podem trazer problemas de compatibilidade ou segurança.
  • Linux Mint: usa os mesmos repositórios do Ubuntu, mas adiciona alguns repositórios próprios, chamados de Mint Repositories. Esses repositórios contêm pacotes específicos do Linux Mint, como o Cinnamon, o MATE, o Xfce, o Mint Tools (um conjunto de ferramentas para configurar e personalizar o sistema) e o Mint Software Manager (um gerenciador de aplicativos gráfico). O Linux Mint também permite adicionar PPA e outros repositórios não oficiais.

Atualizações

As atualizações são as modificações feitas nos pacotes para corrigir erros, melhorar o desempenho ou adicionar novas funcionalidades. As atualizações podem ser classificadas em três tipos: atualizações de segurança (que corrigem vulnerabilidades que podem comprometer o sistema), atualizações de correção (que corrigem bugs ou problemas menores) e atualizações de melhoria (que adicionam novos recursos ou mudanças significativas). Ubuntu e Linux Mint têm políticas diferentes em relação às atualizações:

  • Ubuntu: segue um modelo de lançamento semestral, ou seja, a cada seis meses é lançada uma nova versão do sistema, que recebe atualizações de segurança e de correção por nove meses. A cada dois anos é lançada uma versão LTS (Long Term Support), que recebe atualizações de segurança e de correção por cinco anos. O Ubuntu também oferece a opção de usar o Ubuntu Rolling Release, que é uma versão contínua que recebe atualizações de melhoria assim que elas ficam disponíveis, mas que pode ser mais instável ou propensa a erros.
  • Linux Mint: segue um modelo de lançamento baseado no Ubuntu LTS, ou seja, a cada dois anos é lançada uma nova versão do sistema, que recebe atualizações de segurança e de correção por cinco anos. O Linux Mint também oferece a opção de usar o Linux Mint Debian Edition (LMDE), que é uma versão baseada no Debian Testing, que recebe atualizações de melhoria assim que elas ficam disponíveis, mas que pode ser mais instável ou propensa a erros.

Suporte e comunidade

O suporte é a ajuda que os usuários podem obter para resolver dúvidas, problemas ou dificuldades com o sistema operacional. A comunidade é o conjunto de pessoas que usam, desenvolvem ou contribuem para o sistema operacional. Ubuntu e Linux Mint têm suportes e comunidades diferentes:

  • Ubuntu: tem um suporte oficial da Canonical, que oferece serviços pagos ou gratuitos para usuários domésticos ou corporativos. O suporte da Canonical inclui assistência técnica, treinamento, certificação e consultoria. O Ubuntu também tem um suporte da comunidade, que oferece ajuda gratuita por meio de fóruns, wikis, blogs, podcasts e redes sociais. A comunidade do Ubuntu é uma das maiores e mais ativas do mundo Linux, com milhões de usuários e desenvolvedores espalhados pelo globo.
  • Linux Mint: não tem um suporte oficial, mas conta com o suporte da comunidade, que oferece ajuda gratuita por meio de fóruns, wikis, blogs e redes sociais. A comunidade do Linux Mint é menor e mais focada do que a do Ubuntu, mas também é bastante participativa e colaborativa.

Conclusão

Ubuntu e Linux Mint são duas ótimas opções para quem quer usar um sistema operacional Linux. Ambas são fáceis de instalar, configurar e usar, mas também oferecem flexibilidade e personalização para usuários mais experientes ou exigentes. A escolha entre uma ou outra depende principalmente do gosto pessoal e das necessidades de cada um. O ideal é testar as duas e ver qual se adapta melhor ao seu perfil.

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Fundador do SempreUPdate. Acredita no poder do trabalho colaborativo, no GNU/Linux, Software livre e código aberto. É possível tornar tudo mais simples quando trabalhamos juntos, e tudo mais difícil quando nos separamos.
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