Um computador da Estação Espacial Internacional recebe ‘cirurgia de coração aberto’

Os tripulantes da Expedition 56 fotografaram a Estação Espacial Internacional de uma espaçonave Soyuz depois de serem desacoplados em novembro de 2018 para comemorar o 20º aniversário do laboratório espacial. (Imagem: © Roscosmos/NASA)

Neste mês, engenheiros russos e europeus confirmaram o sucesso de sua “cirurgia cardíaca aberta” em um computador da Estação Espacial Internacional.

As equipes da agência espacial russa Roscosmos e da Agência Espacial Europeia (ESA) desenvolveram um método no qual um astronauta ou cosmonauta a bordo do laboratório espacial poderia atualizar os computadores que mantêm a ISS nos trilhos e na posição correta, conhecidos coletivamente como Data Management System. Essa é uma tarefa que os representantes da ESA descreveram em um comunicado como “o equivalente à uma cirurgia com o coração aberto na Terra!”

Os engenheiros de campo planejaram e testaram rigorosamente o processo antes que ele fosse executado no espaço, para garantir que o trabalho de reparo pudesse ser feito no local. Além disso, era necessário que ele fosse executado sem representar nenhum risco para a espaçonave ou seus habitantes.

Lidando com um computador da Estação Espacial Internacional

Segundo a ESA, esse tipo de teste ocorre em grande parte nos bastidores, e geralmente não recebe muita atenção, a menos que algo ruim ocorra.

Os computadores do Sistema de Gerenciamento de Dados (DMS) no módulo russo Zvezda foram construídos há mais de 20 anos pelo que hoje é a Airbus. O DMS mantém as operações da Estação Espacial Internacional e um colapso repentino pode ter consequências catastróficas. (Crédito da imagem: ESA)

O novo procedimento reduziu o tempo de reparo de seis meses para alguns dias, de acordo com a ESA.

O recente desenvolvimento no reparo de computadores do laboratório espacial foi possível graças à descoberta de engenheiros de que a maioria das falhas nesses computadores ocorreu em suas placas de circuito. Assim, as equipes chegaram a uma solução, criando uma nova placa de circuito impresso que correspondia à forma e função da versão antiga, mas dependia de componentes mais novos, mais fáceis de adquirir.

Esta é uma impressão artística da Lunar Gateway, a próxima estrutura a ser lançada pelos parceiros da Estação Espacial Internacional. (Crédito da imagem: ESA/NASA/ATG Medialab)

Em janeiro de 2019, os cosmonautas russos confirmaram que o computador do experimento cirúrgico sobreviveu à operação, no qual os astronautas substituíram uma placa de circuito antiga por uma nova. “Agora está confirmado que tudo está funcionando corretamente”, escreveram os representantes da ESA no comunicado.

Manutenção é vital

Ter peças de reposição e poder fazer reparos no espaço pode ajudar a ISS a sobreviver até 2030. Dessa forma, ela ajudará oferecer informações valiosas para outros projetos orbitais. Um desses projetos que a NASA tem como alvo é o Lunar Gateway. Ele orbitaria a Lua e serviria de hub para cientistas e tripulantes (e talvez até turistas).

Os representantes da ESA escreveram:

A manutenção na Estação Espacial Internacional demonstra a experiência e o conhecimento de projeto necessários para apoiar futuras missões. Garantindo operações mais sustentáveis — uma situação em que todos saem ganhando.

Fonte: Space.com

Share This Article
Follow:
Profissional da área de manutenção e redes, astrônomo amador, eletrotécnico e apaixonado por TI desde o século passado.
Sair da versão mobile