Variante do malware Joker chega na Google Play com um truque antigo

Malware Jupyter rouba nomes de usuário e senhas

Os pesquisadores da  Check Point Software Technologies acompanham as atividades do malware de fraude de cobrança Joker. Esta ameaça conseguiu se esquivar das proteções da Google Play Store. Rastreado pela primeira vez em 2017, o malware é um spyware e discador premium que se esconde em aplicativos aparentemente legítimos. Eles descobriram que esta versão atualizada do Joker efetuou o download de malware adicional no dispositivo móvel, o qual inscreve a vítima em serviços premium sem seu conhecimento ou consentimento. Portanto, o malware joker continua afetando celulares android.

O Google descreveu essa operação do Joker como uma das ameaças mais persistentes com as quais lidou nos últimos anos, afirmando que “usou quase todas as técnicas de camuflagem e ofuscação na tentativa de essa operação passar despercebida”. Os pesquisadores da Check Point divulgaram com responsabilidade suas descobertas ao Google. Todos os aplicativos relatados (11 apps) foram removidos da Play Store até 30 de abril de 2020.

Variante do malware Joker chega na Google Play com um truque antigo

O pesquisador de dispositivos e aplicativos móveis da Check Point, Aviran Hazum, identificou o novo método utilizado por este malware. Dessa vez, o Joker oculta o código malicioso dentro do arquivo chamado “Android Manifest” de um aplicativo legítimo. Todo aplicativo deve ter um arquivo de manifesto do Android em seu diretório raiz.

O arquivo de manifesto fornece informações essenciais sobre um aplicativo – como nome, ícone e permissões para o sistema Android – que o sistema deve ter para poder executar qualquer código do aplicativo. Dessa forma, o malware não precisa acessar um servidor C&C (Command & Control), que é um computador controlado por um cibercriminoso usado para enviar comandos a sistemas comprometidos por malware, para baixar o payload que é a parte do malware que executa a ação maliciosa.

Segundo Hazum, o novo método do Joker envolve três etapas:

1. Criar primeiro a carga (payload): O Joker constrói sua carga com antecedência, inserindo-a no arquivo de manifesto do Android.

2. Ignorar o carregamento de payload: Durante o período de avaliação dos pesquisadores, observou-se que o Joker nem tenta carregar o payload malicioso, o que facilita muito a ele ignorar as proteções da Google Play Store.

3. O malware se espalha: Após a aprovação, a campanha começa a funcionar com payload malicioso resolvido e carregado.

O Joker está adaptado. Nossas descobertas indicam que as proteções da Google Play Store não são suficientes. Conseguimos detectar vários casos de uploads do Joker semanalmente na loja virtual, todos baixados por usuários incautos. O malware Joker é difícil de ser detectado, apesar do investimento do Google em adicionar proteções da Play Store. Embora o Google tenha removido os aplicativos maliciosos da Play Store, podemos esperar que o Joker se adapte novamente e deveremos ter tempo para entender o que este malware é e como impacta negativamente as pessoas comuns, explica Hazum.

Lista de aplicativos: em relação à contagem de downloads, a Check Point não tem dados precisos, porém estima que esses aplicativos atingiram mais de 500 mil downloads (estimativa):

Dicas de proteção contra o Joker

Se o usuário suspeita que pode ter um desses aplicativos infectados em seu dispositivo, seguem as dicas para se livrar deste malware:

  • Desinstalar o aplicativo infectado do dispositivo;
  • Verificar as faturas do celular e do cartão de crédito para apurar se houve a inscrição em alguma assinatura e, se possível, cancelar essa inscrição;
  • Instalar uma solução de segurança para evitar infecções futuras.

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