WikiLeaks revela infraestrutura secreta da Amazon

O WikiLeaks revelou nesta semana um documento interno classificado como “Altamente Confidencial” do provedor de computação em nuvem Amazon. O documento do final de 2015 lista os endereços e alguns detalhes operacionais de mais de cem centros de dados. Eles estão espalhados por quinze cidades em nove países. Para acompanhar este documento, o WikiLeaks também criou um mapa mostrando onde os data centers da Amazon estão localizados. Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo, Barueri, Jundiaí e Campinas, todas no estado de São Paulo possuem esses datacenters ‘secretos’. Confira neste post que o site WikiLeaks revela infraestrutura secreta da Amazon.

Amazon usa subsidiárias

Imagem: Devuanart

A Amazon, que é o maior provedor de nuvem, é notoriamente reservada sobre os locais precisos de seus data centers. Enquanto alguns estão publicamente ligados à Amazon, esta é a exceção e não a norma. Mais frequentemente, a Amazon opera em datacenters pertencentes a outras empresas. É uma forma de esconder quem realmente está por trás da estrutura. Além disso, a Amazon também comanda seus próprios datacenters sob subsidiárias menos identificáveis, como VaData, Inc.

Em alguns casos, a Amazon usa pseudônimos para esconder a presença. Por exemplo, em seu data center do IAD77, o documento afirma que “a Amazon é identificada como ‘Indústrias Vandalay’ em crachás e toda a correspondência”.

A Amazon é o provedor líder na nuvem para a equipe de inteligência dos Estados Unidos. Em 2013, a Amazon assinou um contrato de US $ 600 milhões com a CIA para construir uma nuvem para uso por agências de inteligência que trabalham com informações classificadas como Top Secret.

Então, em 2017, a Amazon anunciou a Região Secreta AWS, que permite o armazenamento de dados classificados em nível Secreto por várias agências e empresas. A Amazon também opera uma região especial da GovCloud para agências do governo dos EUA que hospedam informações não confidenciais.

Contrato bilionário

Atualmente, a Amazon é uma das principais concorrentes para um contrato de US $ 10 bilhões para construir uma nuvem privada para o Departamento de Defesa. A Amazon é uma das únicas empresas com as certificações necessárias para hospedar dados confidenciais na nuvem.

O Departamento de Defesa está à procura de um único provedor. Outras empresas, incluindo Oracle e IBM , reclamam que os requisitos favorecem a Amazon de forma injusta.

Amazon lidera serviços de nuvem

Apenas algumas empresas e suas subsidiárias gerenciam a maior parte da infraestrutura de computação em nuvem em todo o mundo. Destes, a Amazon é, de longe, a maior. Pesquisas de mercado recentes mostram que a Amazon responde por 34% do mercado de serviços de infraestrutura em nuvem.

Até agora, essa infraestrutura de nuvem controlada pela Amazon estava praticamente oculta, com apenas as regiões geográficas gerais dos data centers sendo divulgadas. Embora a nuvem da Amazon seja composta por locais físicos, as indicações da existência desses locais são principalmente escondidas em registros do governo ou tornadas visíveis apenas quando a infraestrutura da nuvem falha devido a desastres naturais ou outros problemas no ‘mundo físico’.

Quebra-cabeça


No processo de dissipar o mistério em torno dos locais dos data centers da Amazon, o WikiLeaks também transformou este documento em um jogo de quebra-cabeça, a Quest of Random Clues. O objetivo deste jogo era incentivar as pessoas a pesquisar esses datacenters de uma maneira divertida e intrigante. Além disso, destacavam questões como contratos com órgãos de inteligência, estruturas corporativas complexas da Amazon e a estrutura da nuvem.

As falhas no sistema acabam causando falhas em serviços como Instagram, Tinder, Github e Netflix.  Portanto, é quase certo haver algum problema na Amazon Web Services quando estes aplicativos e serviços apresentam dificuldade de acesso. Da mesma forma, a imprensa norte-americana repercutiu a descoberta dos datacenters.

 

 

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Jornalista com pós graduações em Economia, Jornalismo Digital e Radiodifusão. Nas horas não muito vagas, professor, fotógrafo, apaixonado por rádio e natureza.
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