O Artem ficou conhecido no mundo GNU/Linux sobre seus pensamentos em torno da adoção do GNU/Linux, ele é conhecido por ter um raciocínio lógico, coerente, são pensamentos que fazem muito sentido. Ele fez uma matéria citando algumas razões pelas quais acredita ser o real motivo de que os fabricantes de computadores costumam virar a cara para o GNU/Linux, alguns acreditam que a culpa é da Microsoft e outros tem um pensamento mais adiante. De forma particular fiz a leitura, o link esta no rodapé deste artigo no item via, e acredito que ele tem razão.
A culpa é de quem? Microsoft? Fabricante? Linux Kernel?
No mundo fantasioso é possível atribuir tudo a Microsoft, mas a realidade é outra, e por vários momentos entramos nesse labirinto que nos fazem pensar que a culpa é do sistema de janelas, mas não é bem assim. Quem nunca ouviu alguém dizer que a Microsoft pressiona os fabricantes de computadores, ou que eles só fazem as coisas para o Windows? Pois é, até eu já li e ouvi isso de alguém.
Muitos anos se passaram e uma coisa é certa, a Microsoft não pressiona nenhum fabricante de computador a produzir nada e se a M$ fizesse isso ela sofreria processos em toda parte do mundo, no mundo fantasioso não existem leis, estamos acostumados ao jeito comercial brasileiro de ter as coisas, obter o sucesso, seja por meio de fraudes ou usando o poder de persuasão que grandes empresas possuem.
A Microsoft só teria esse poder, se ela fosse um fabricante de computador ou se comprasse um grande volume de hardware a todos os fabricantes do planeta, e assim como principal comprador poderia exigir mais e mais.
A realidade qual é, e como é?
A verdade é que os próprios fabricantes de hardwares é que não querem fazer nada estável e inteligente em favor do GNU/Linux, são eles os grandes culpados, o artigo que escrevo não tem objetivo de remover culpa ou defender a Microsoft, no entanto, ela se comporta muito bem como empresa desenvolvedora de software proprietário no mundo capitalista, mas não podemos ter mais uma mente limitada.
Os fabricantes de hardwares não podem controlar o seu próprio código no Linux Kernel, eles não conseguem lançar atualizações suficientes para 8 versões do Linux Kernel sempre que são lançadas, os desenvolvedores do Linux adoram trocar de API o que muitas vezes necessitam de uma grande modificação no código e isso para os fabricantes como a AMD é perda de tempo e trabalho.
A maioria dos dispositivos que compramos não possuem uma boa documentação, e na maioria das vezes não podem ser liberadas por conta de algumas leis e ainda, por medo da concorrência. Além disso, o Linux Kernel passa por milhares de modificações, entre exclusões, inclusões e alterações e alguns drivers passam a não ter mais suporte, e aí o fabricante terá que produzir um novo drive.
Porém, os desenvolvedores do Linux Kernel sempre são abertos a fazer todo esse trabalho, para isso é preciso que o fabricante de hardware abra mão das especificações técnicas, e essa documentação nunca é liberada, alguns desenvolvedores quando as recebem, e isso acontece poucas vezes, descobrem que não possuem todos os recursos necessários para depurar todo o código, um exemplo disso é o que vem acontecendo com os microfones de notebooks, o ALSA ainda possui problemas que não foram resolvidos, e não é por preguiça, é por falta de documentação, veja um exemplo no Bugzilla do Linux Kernel.
Já no Windows pouca coisa muda, o Kernel do Windows demora um bom tempo para sofrer grandes alterações e com isso os fabricantes de hardware demoram muitos anos para lançar um novo drive para Windows, porque é possível “reaproveitar” o código gerado. Se no Linux Kernel uma API demorasse cerca de ao menos 5 anos para mudar, haveriam mais drivers estáveis e disponíveis para os usuários, mas o Linus Torvalds não pensa nisso. No entanto, podemos observar que a RedHat possue um suporte empresarial com um Kernel que eles mesmos mantém e suportam por muitos anos, o que garante um suporte a novos hardwares com os drivers existentes.
E não pense que é só no mundo de drivers de vídeo que as coisas não funcionam, existem teclados multimídia que também não funcionam no Linux. E aí vocês podem conferir essa limitação no Android também, o Google usa uma versão antiga do Linux Kernel, mas a verdade é que eles querem se livrar dele o quanto ante,s e começar a trabalhar em seu próprio Kernel, um exemplo disso é o Fuchsia, confira o link do projeto.
Agora só falta cruzar os dedos e esperar pelo futuro, não há certeza de nada, então até agora qualquer empresa que desenvolva drivers proprietários nunca terá suporte completo e satisfatório no GNU/Linux, quem sabe em um futuro não muito próximo, tudo o que resta para todos os usuários é esperar.
Algumas distribuições GNU/Linux possuem seus próprios desenvolvedores que tentam amenizar o impacto negativo de alguns drivers, eles fazem verdadeiras modificações para amenizar os problemas, no fim, precisamos usar mais e mais distribuições GNU/Linux, só usando e reportando os problemas poderemos encher a lista do Linux Kernel com todos os problemas que estamos passando.
O intuito do texto não é desencorajar ou difamar o Linux Kernel, mas acredito que o modelo de desenvolvimento poderia ser mais flexível e cada área do Kernel poderia ter um ciclo de atualizações diferente, claro, tudo com base em estudos, se a RedHat e outras empresas conseguem fornecer um excelente suporte, porque o Linus também não poderia fazer o mesmo? Então, não é algo que fuja da realidade, mas da vontade do Linus.