Recentemente, a fabricante de notebooks Malibal fez duras críticas à comunidade coreboot e às empresas que prestam consultoria relacionadas ao projeto. Diante dessas alegações, Christian Walter, da 9elements, uma das empresas mencionadas, decidiu esclarecer os fatos em uma breve declaração, fornecendo uma visão mais detalhada sobre o ocorrido.
Walter começou expressando seu pesar pela experiência negativa da Malibal com a comunidade coreboot e as empresas envolvidas, como a 9elements, 3mdeb e SysPro. Segundo ele, essas empresas dedicam inúmeras horas para colaborar com o projeto coreboot e com a comunidade, sempre acreditando no potencial do coreboot como o futuro padrão em soluções de inicialização modernas. O objetivo dessas companhias é representar o projeto da melhor maneira possível, mas, infelizmente, o relacionamento com a Malibal não foi bem-sucedido.
Christian também admitiu que, ocasionalmente, suas respostas podem não ter sido tão claras quanto deveriam. Ele explicou que o inglês não é sua língua nativa e que, às vezes, responde rapidamente pelo celular, o que leva a erros de digitação e comunicação. No entanto, enfatizou que em nenhum momento isso deveria ter sido interpretado como arrogância, e pediu desculpas se foi o caso.
No entanto, Walter traçou um limite quando se trata de insultar a equipe de trabalho da 9elements. Ele relembrou que Max, um dos membros da equipe, conseguiu realizar a inicialização da placa fornecida pela Malibal, algo que não havia sido feito antes. Segundo Walter, o código-fonte que a Malibal entregou à 9elements nunca havia sido executado, já que a empresa não conseguiu gravar corretamente o firmware no dispositivo. Embora o código enviado pela Malibal estivesse compilado, ele era inoperante. A placa-mãe do notebook nunca saía do estado de reset, o que impedia qualquer teste ou progresso. Assim, a alegação de que o firmware estava quase completo e necessitava apenas de depuração foi considerada incorreta por Walter.
Ele ainda destacou que, em determinado momento, a Malibal chegou a elogiar Max, chamando-o de “Deus” por ter feito o sistema funcionar, mas depois depreciou publicamente seu trabalho. A 9elements nunca cobrou a Malibal pelo tempo dedicado ao projeto e devolveu o hardware sem qualquer problema, mesmo tendo investido semanas de trabalho.
Em uma nota pessoal, Christian Walter expressou sua insatisfação com a maneira como a Malibal conduziu a situação, classificando sua postura como pouco profissional. Ele revelou que guardou todas as conversas com a empresa, temendo que a atitude da Malibal pudesse causar prejuízos à reputação da 9elements. Finalizou sua declaração aconselhando a empresa a refletir sobre sua atitude, pois esse tipo de comportamento, segundo Walter, não é benéfico nem no campo pessoal nem no profissional.