Autoridades policiais da Europa desativaram um serviço de mensagens chamado Matrix, também conhecido pelos nomes Mactrix, Totalsec, X-quantum e Q-safe. A plataforma, usada principalmente por redes criminosas internacionais, foi retirada do ar em 3 de dezembro de 2024, graças a uma ação conjunta liderada pela polícia da França e dos Países Baixos.
Comunicação criptografada para atividades ilícitas
O Matrix funcionava como uma plataforma de comunicação criptografada, oferecendo recursos como ocultação de identidade, videochamadas seguras e monitoramento de transações. Sua infraestrutura, composta por mais de 40 servidores globais, transmitia uma falsa sensação de segurança aos seus usuários.
A plataforma estava disponível em formato de aplicativo para smartphones e era predominante entre usuários do Google Pixel. A exclusividade era um atrativo, já que o acesso dependia de convite de um membro ativo. Uma assinatura de seis meses custava entre €1.300 e €1.600 (cerca de R$7.000 a R$8.600), valores que financiavam o uso do sistema altamente seguro.
Investigação intensiva e desmantelamento
O início das investigações remonta a 2021, quando um dispositivo com o aplicativo foi encontrado no carro de um suspeito após o ataque ao jornalista policial Peter R. de Vries, na Holanda. Durante meses, autoridades monitoraram o tráfego de mensagens do Matrix, conseguindo interceptar mais de 2,3 milhões de mensagens.
Esse monitoramento em tempo real revelou crimes como tráfico internacional de drogas, tráfico de armas, lavagem de dinheiro e parcerias criminosas. Apesar de ser um sistema avançado, os investigadores identificaram os usuários com sucesso, muitos dos quais estavam baseados no sul da Europa e se comunicavam em até 33 idiomas.
Prisões e implicações legais
A operação levou à prisão de dois indivíduos até o momento, e as investigações continuam. O serviço era controlado a partir da Espanha, e o proprietário, supostamente um cidadão lituano, está sendo investigado. O desmantelamento do Matrix representa mais um golpe no uso da tecnologia para atividades ilícitas e demonstra a capacidade das autoridades de superar barreiras de criptografia.
Essa ação ressalta a importância de sistemas mais seguros e a vigilância contínua contra o uso de ferramentas tecnológicas em redes criminosas.